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Abordagens policiais seletivas

A brutalidade policial cotidiana voltou a ser escancarada na segunda-feira (1º) passada, em Piracicaba, interior de São Paulo. MONEY REPORT escolheu o episódio como sua Imagem da Semana, a partir de um vídeo que viralizou nas redes sociais mostrando policiais militares agredindo um cadeirante dentro de sua casa durante uma abordagem que esquentou. Foi uma ação de uma desproporcionalidade monstruosa que merece punição. Nem 24 horas antes, em São Paulo, em um caso muito mais grave, que envolveu feridos e, a seguir, uma vítima fatal, PMs e agentes de trânsito foram completamente lenientes com o motorista Fernando Sastre de Andrade Filho, que escapou da prisão em flagrante e do bafômetro por mero de sua mãe, como se nada fosse. A diferença aparente são as categorias dos veículos envolvidos: um Porsche avaliado em mais de R$ 1 milhão e uma motocicleta usada.

Em Piracicaba, tudo começou quando o filho do cadeirante viu um conhecido sendo abordado pela PM perto de sua casa. Por curiosidade, teria ido ver o que estava acontecendo e, não se sabe exatamente por qual razão, acabou agredido por um dos policiais. A seguir, os agentes foram até a frente da casa e houve uma nova discussão que acabou em cassetadas e um disparo de taser. O homem correu para dentro casa com os PMs em seu encalço – a abordagem inicial perdeu a importância. Lá dentro, o cadeirante dono da casa pediu para que as agressões parassem enquanto questionava o que ocorria. Houve só gritaria. Até que o cadeirante empurrou um dos policiais o mandando sair A reação foi desproporcional e troglodita. O cadeirante levou um um chute e teve um armário derrubado sobre si. Tudo filmado.


De acordo com a versão oficial da Polícia Militar, os policiais da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (Rocam) estavam em patrulhamento pelo bairro Cantagalo quando avistaram um motociclista em “atitude suspeita”. Até aí, tudo bem.

Porém, familiares dos agredidos e testemunhas contestam a versão, alegando que o jovem não representava ameaça e que o transcorrer da ação saiu do controle por descontrole dos PMs. O advogado da família das vítimas afirmou que um boletim de ocorrência contra os policiais foi registrado e denúncias de agressão e invasão de domicílio serão formalizadas. Na quarta-feira (3) os PMs foram afastados de sua funções e uma investigação foi aberta.

Diferenças de tratamento

O episódio contrasta com a gritante falta de critério operacional diante de quem tem dinheiro. Na noite de domingo (31), em São Paulo, PMs e agentes de trânsito liberaram do flagrante e teste do bafômetro o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho. Na condução de um Porsche, ele atingiu a traseira de veículo, provocando a morte do motorista Ornaldo da Silva Viana, ao atingir A traseira de seu veículo em alta velocidade, conforme mostrado por câmeras de monitoramento. Junto com Fernando estava seu amigo, Marcus Vinicius Machado Rocha, que foi hospitalizado em estado delicado – com quatro costelas quebradas e baço retirado.

O que parecia um situação óbvia virou um exemplo de leniência diante de quem tem dinheiro. Ao chegar ao local, a mãe de Fernando, a empresária Daniela Cristina de Medeiros Andrade, teria convencido os agentes que levaria o filho a um hospital próximo enquanto as duas vítimas em piores condições eram atendidas. Mas quando os PMs foram a unidade médica, não encontraram nenhum dos dois, o que permitiu que o motoristas escapasse do flagrante e evitasse o teste de embriaguez.

A lição transmitida é que não há paridade de tratamento entre quem possui status social. E os casos se acumulam.

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