Seria uma reação a morte de um general da Guarda Revolucionária, mas por trás disso está a aproximação com a Arábia Saudita, o que afetaria a geopolítica da região
Linha do tempo
- 21h45 – Moradores de Jerusalém Oriental registram drones abatidos nas proximidades da Mesquita de Al-Aqsa, perto do Muro das Lamentações;
- 21h30 – Iranianos alegam ter atingido a base área de Ramon, no deserto de Negev. Não há confirmação;
- 21h10 – Aviões são mantidos no ar em busca de novos drones;
- 20h40 – A única vítima gravemente ferida seria um beduíno de 10 anos atingido por estilhaços;
- 20h30 – A delegação do Irã nas Nações Unidas anunciou que o ataque foi encerrado;
- 20h25 – ONU condena o ataque;
- 20h23 – A Guarda Revolucionária Iraniana informou que retaliará os Estados Unidos e qualquer país que ficar no caminho de sua disputa com Israel;
- 20h18 – Não há registro de mortes e danos severos;
- 20h10 – Caças jordanianos derrubaram drones que invadiram seu espaço aéreo;
- 20h05 – O Times of Israel registrou relatos de explosões nas áreas de Beersheba, Mar Morto, Hebron, na Cisjordânia, e nas Colinas de Golã, na fronteira com a Síria. Sirenes foram acionadas na usina nuclear de Dimona;
- As interceptações do sistema de mísseis Iron Dome ocorreram em vários locais adicionais, de acordo com webcams ao vivo visualizadas pela CNN.
- As interceptações foram observadas acima de Hanaton, que fica no norte de Israel, a leste de Haifa; perto de Nazaré; perto de Modi’in-Maccabim-Re’ut; e Safed, perto das Colinas de Golã.
- 20h – O sistema de defesa aérea Ison Dome é acionado contra drones iranianos que furaram o bloqueio chegando até Tel-Aviv;
- 19h45 – Sirenes são acionadas em Jerusalém Oriental. Caças romperam a barreira do som sobre a cidade;
- 19h30 – A França acionou caças navais para proteger Israel a partir de seu porta-aviões no Mediterrâneo Oriental;
- 19h30 – O governo do Irã ameaçou a Jordânia, caso o país ajude a conter o ataque contra Israel;
- 18h30 – Caças americanos e britânicos interceptaram drones sobre a fronteira entre Síria e Iraque;
- À ABC News, um conselheiro militar americano estimou que haveria condições para o lançamento de 400 a 500 drones e mísseis lançados contra Israel a partir do Iraque, Síria, sul do Líbano e dos houthis do Iêmen;
- 18h – Israel anuncia o ataque. Drones lançados a partir do Irã podem demorar até 9 horas para atingir Israel; mísseis de cruzeiro, pouco mais de duas horas; mísseis balísticos, maiores, e poderosos, menos de 15 minutos;
- Sexta-feira – Um navio de bandeira portuguesa foi interceptado pelo Irã no Golfo Pérsico sob a alegação de estar a serviço de Israel;
- Sexta-feira – Os EUA alertam sobre risco e que uma ofensiva iraniana poderia ocorrer
Caças dos Estados Unidos e do Reino Unido interceptaram e destruíram drones kamikazes (imagem) e mísseis lançados contra Israel pelo Irã e por grupos dissidentes que estão sob seu patrocínio a partir do Iraque e, provavelmente, Síria, Líbano e Iêmen. Cerca de 100 artefatos teriam sido derrubados entre os 200 lançados. O número é considerado exagerado. Há registros de interceptações de drones sobre a Jordânia. Este foi o primeiro ataque iraniano direto a Israel. O drone utilizado foi o Shahed 136, já testado na Guerra da Ucrânia e dotado de eletrônica russa.
O ataque seria uma reação ao bombardeio da embaixada iraniana em Damasco, na Síria, em 1º de abril, o que não foi assumido por Israel. Sete militares foram mortos, incluindo o general de brigada Mohammad Reza Zahedi, um dos comandantes da Força Quds, do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica. Quds é o grupo que financia e arma milícias e grupos terroristas a serviço do governo dos aitolás, inimigo aberto do estado de Israel.
A retaliação iraniana aumentaria os riscos de uma guerra regional mais ampla e é uma escalada a partir do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, ainda que existam outros fatores de fundo, com a relação com a Arábia Saudita.
Por volta das 18h (horário de Brasília), o sistema de defesa aérea israelense detectou o lançamento do enxame de drones, que já era esperado. Os alvos prováveis seriam bases militares no deserto de Negev e no norte do país, perto das Colinas de Golan, e em Hebron, na Cisjordânia Ocupada.
A resposta americana e britânica mostra que o governo de Israel não está sozinho e que o Irã pode ser atacado de volta. A ação em massa seria uma forma de sobrecarregar a defesa israelense, permitindo que alguns drones e mísseis furem as defesas.
“Estamos rastreando a ameaça através do espaço aéreo. É uma ameaça que levará algumas horas para chegar ao território israelense”, disse o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz militar de Israel, pouco depois das 18h.
O receio é que a resposta militar de Israel insufle os países vizinhos, em um momento que a Arábia Saudita ensaia uma aproximação com o antigo adversário, desequilibrando o balanço de força na geopolítica do Oriente Médio. As teocracias árabes sunita e iraniano xiita são inimigas e consideram-se mutuamente regimes heréticos por causa das interpretações divergentes do Alcorão e da legítima sucessão de Maomé.
Em Jerusalém, o líder da comunidade judaica brasileira e líder de uma missão empresarial, o médico Cláudio Lottenberg afirmou que o clima é de serenidade. Ele e seus colegas estão em um bunker no interior de um hotel. “Seguimos as orientações. Vamos passando notícias”, disse.
O ataque parece ter sido previsto. Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou às pressas à Casa Branca para uma avaliação do cenário e quais respostas podem ser determinadas pelo Conselho de Segurança Nacional.
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