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CGU complica um pouco mais a vida de ministro do Centrão

De acordo com a PF, Juscelino Filho combinou com empreiteiro a destinação de verbas que beneficiariam terras de sua família. Há conversas e indícios de sobreposição de recursos da Codevasf

A Controladoria Geral da União (CGU) concluiu um relatório que reforçaria o comprometimento do ministro das Comunicações, deputado Juscelino Filho (União-MA), em um caso de beneficiamento pessoal de até R$ 7,5 milhões em verbas públicas. O órgão de análise afirma que o político e seus aliados receberam R$ 2 milhões provenientes de emendas parlamentares para a pavimentação de uma estrada que atenderia sua família, ligando uma fazenda ao município de Vitorino Freire (MA), cuja prefeita é Luanna Rezende, sua irmã. Juscelino é ligado ao Centrão e componente da base do governo Lula (PT).

O conteúdo do relatório foi revelado pela Folha de S.Paulo, nesta segunda-feira (19). O estudo é de março e integra as investigações relacionadas à Operação Odoacro, da Polícia Federal, sobre desvios de verbas em obras da estatal Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Houve uma primeira emenda R$ 2,5 milhões. A chegada de uma outra levantou suspeitas de sobreposição de verbas. A Codevasf mandou paralisar o andamento após o surgimento de dúvidas.

Dos 23,1 quilômetros da estrada a ser pavimentada, 18,6 atenderiam diretamente a propriedade da família do parlamentar. “Os restantes 4,5 km beneficiariam cinco povoações locais e ainda de forma isolada sem integração com a rodovia estadual, nem com a sede do município”, diz a CGU. Essas obras não se “mostram suficientes para atender ao objetivo de fornecer melhor escoamento e acesso a serviços públicos pela população das povoações beneficiadas, pois não foi prevista uma conexão para se chegar ao centro do município ou a uma rodovia pavimentada”.

A pavimentação era tocada pela empreiteira Construservice, do empresário Eduardo José Barros Costa, o Eduardo DP, ligado ao ministro e seus aliados. A partir de outubro de 2017, houve troca de mensagens entre ambos para tratar da destinação das verba, aponta a PF.  

Procurado, o ministro se justificou em nota informando que a estrada “conecta 11 povoados, onde centenas de pessoas sofrem, diariamente, com grandes desafios para se locomoverem ao trabalho, escolas, hospitais e postos de saúde, especialmente durante períodos chuvosos, quando a via se torna intransitável, isolando essa população”. Ele conclui: “Portanto, acima de tudo, é um bem do povo de Vitorino Freire e sua pavimentação é uma demanda antiga da população”.

A Construservice não foi localizada pela reportagem para apresentar seu posicionamento sobre o caso

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