Denúncia afirma que Chiquinho e Domingos rejeitaram crime por medo de “grande repercussão“
A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou na última sexta-feira (10/5) que antes de matar Marielle Franco (PSOL-RJ), o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, cogitaram, mas descartaram a execução do deputado licenciado Marcelo Freixo, presidente da Embratur. O motivo é que “eliminá-lo poderia gerar grande repercussão” já que o político “gozava de grande projeção política.”
A denúncia ainda aponta que os irmãos ficaram incomodados com a atuação do PSOL em dificultar os interesses de flexibilização das regras para exploração de loteamentos na zona oeste do Rio de Janeiro. Além disso, o partido questionou também a eleição de Domingos Brazão para o Tribunal de Contas do Estado por ele não ter “notório saber jurídico”, uma das exigências para assumir o cargo. “Tudo isso contribuiu para elevar o estado de animosidade entre os irmãos Brazão e o PSOL. Mas ainda não se cogitava de nenhuma reação violenta”, afirmou a PGR.
A mudança de postura começou em 2016 com a atuação de Marielle na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, vista como uma “ameaça” aos interesses dos milicianos. “Marielle se tomou, portanto, a principal opositora e o mais ativo símbolo da resistência aos interesses econômicos dos irmãos”, afirma a denúncia.