Pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) considerou os desastres naturais registrados nos últimos 11 anos
Estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CMN) lançado nesta segunda-feira (20) revela um panorama alarmante: nos últimos 11 anos, o Brasil acumulou um prejuízo de R$ 639,4 bilhões em decorrência de desastres naturais. Entre 2013 e 2023, esses eventos afetaram 5.233 cidades, impactando a vida de 418,3 milhões de pessoas e causando 2.667 óbitos.
O levantamento detalha os tipos de desastres e seus impactos financeiros:
- Chuvas: Responsáveis por R$ 191 bilhões em prejuízos, as inundações representam a principal causa de danos.
- Seca e estiagem: Já a seca e a estiagem causaram R$ 347,4 bilhões em perdas.
Agricultura mais afetada
O estudo aponta a agricultura como o setor mais impactado pelos desastres, com prejuízos que chegam a R$ 271 bilhões. Outros setores que sofreram perdas significativas são:
- Pecuária: R$ 86,6 bilhões
- Instalações públicas de saúde: R$ 85,8 bilhões
- Abastecimento de água potável: R$ 45,3 bilhões
- Obras de infraestrutura: R$ 38,9 bilhões
- Habitação: R$ 36,2 bilhões
Faltam recursos e capacitação
Apesar da urgência em ações de prevenção e gestão de riscos, a pesquisa revela que apenas 22,6% dos gestores locais se sentem preparados para enfrentar o aumento da frequência e intensidade dos desastres naturais.
Os principais desafios apontados pelos entrevistados são:
- Falta de recursos financeiros: 94,1% dos gestores alegam essa carência como principal obstáculo.
- Falta de capacitação técnica: 74,5% dos entrevistados também citam a necessidade de aprimoramento técnico para lidar com os desastres.
Dinheiro que não chega
A pesquisa da CMN também analisou os repasses federais para ações de gestão de riscos e desastres. No período analisado, o governo federal destinou R$ 9,5 bilhões no orçamento para essa finalidade. No entanto, apenas um terço desse valor foi efetivamente pago, o que representa um repasse de apenas R$ 3 bilhões aos municípios.