Preços de bens finais subiram 1,09% no mês, invertendo a queda de 0,18% de maio. Movimento foi influenciado pelos alimentos in natura
O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 0,83% em junho. No mês anterior, a taxa havia sido 1,08%. Com esse resultado, o indicador acumula alta de 1,18% no ano e de 1,79% em 12 meses. Em junho de 2023, o índice caíra 2,20% no mês e acumulava queda de 6,31% em 12 meses. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (17) pela Fundação Getúlio Vargas Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE).
“O índice ao produtor antecipa os impactos que chegarão ao consumidor. Não por acaso, três alimentos importantes se destacaram entre as maiores influências do IPA: batata-inglesa, carne bovina e leite in natura. Observando os produtos e serviços que mais impulsionaram a inflação ao consumidor, destacaram-se alguns preços monitorados, como a taxa de água e esgoto e a gasolina. No entanto, não por coincidência, também apareceram leite e batata-inglesa, como indicado no índice ao produtor”, apontou André Braz, economista do FGV IBRE.
Em junho, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) observou uma alta de 0,88%, suavizando o movimento quando comparado à taxa registrada no mês anterior, de 1,34%. Analisando os estágios de processamento mais detalhadamente, nota-se que os preços dos Bens Finais subiram 1,09% em junho, invertendo o comportamento em relação ao mês anterior quando registrou queda de 0,18%. Esse movimento foi influenciado principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, que viu sua taxa variar de -5,98% para 3,30%. Por outro lado, o índice relativo a Bens Finais, com exceção dos subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, apresentou alta de 0,94% em junho, um novo acréscimo em relação a taxa de 0,45% observado no mês precedente.
No grupo de Bens Intermediários, a taxa variou de 0,91% em maio para 0,77% em junho. Esse comportamento foi impulsionado pela queda nos preços do subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, que passou de uma alta de 1,05% para uma queda de 1,15%. Excluindo-se o impacto do subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, o índice de Bens Intermediários registrou aumento de 1,12% em junho, superior à alta de 0,88% observada no mês anterior.
A taxa do grupo Matérias-Primas Brutas passou de 3,45% em maio para 0,80% em junho. As principais contribuições para o recuo desse grupo partiram dos seguintes itens: minério de ferro (11,70% para 0,05%), café em grão (15,28% para 1,24%) e mandioca/aipim (6,77% para -7,21%). Em sentido oposto, os movimentos mais relevantes ocorreram nos seguintes itens: cana-de-açúcar (-2,59% para -0,07%), milho em grão (-0,87% para 1,43%) e arroz em casca (0,87% para 7,50%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,54% em junho. Em maio, o índice variara 0,39%. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Alimentação (0,53% para 0,97%), Educação, Leitura e Recreação (-0,51% para 0,22%), Habitação (0,26% para 0,52%) e Despesas Diversas (0,16% para 0,35%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: laticínios (0,67% para 2,73%), passagem aérea (-3,71% para 1,85%), taxa de água e esgoto residencial (0,07% para 2,35%) e cigarros (0,45% para 1,20%).
Em contrapartida, os grupos Transportes (0,64% para 0,37%), Comunicação (0,57% para 0,26%), Vestuário (-0,02% para -0,20%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,78% para 0,75%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: gasolina (1,44% para 0,79%), tarifa de telefone móvel (1,90% para 0,28%), roupas (0,09% para -0,43%) e medicamentos em geral (2,66% para 0,06%).
Em junho, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou variação de 1,06%, mostrando um aumento em relação à taxa de 0,53% observada no mês anterior. Analisando os componentes do INCC, observamos movimentações distintas entre os grupos. Materiais e Equipamentos apresentaram uma nova alta, passando de um crescimento de 0,24% em maio para 0,45% em junho. Por outro lado, Serviços, que havia subido 0,52% em maio, apresentou um aumento de menor intensidade, de 0,39% em junho. Já a Mão de Obra obteve um aumento significativo, passando de 0,92% em maio para 1,96% em junho.
(FGV)