O singelo registro de um caranguejo de água doce retirado da vegetação em chamas por um brigadista é um resumo da desproporcionalidade dos esforços diante da força das chamas que destroem o Pantanal, a maior planície alagável do mundo. Diante da maior seca em mais de 40 anos e uma série de incêndios incontroláveis – naturais e provocados -, o enfrentamento se mostra paliativo. Faltam recursos (aeronaves, veículos, sistema de informação, mão de obra dos bombeiros militares e Ibama e um sistema efetivo de gerenciamento para tamanha crise). As imagens de carcaças de predadores, como jacarés, causam impacto, mas é na base da cadeia alimentar que está a tragédia ambiental. São seres como esses pequenos caranguejos que ajudam a sustentar toda a fauna da região. A imagem foi captada pelo fotojornalista Marcelo Camargo, da Agência Brasil, no sábado (29), na região de Corumbá (MS), o município mais afetado pelo fogo.