Decisão vem após semanas de pressão crescente devido a várias gafes em discursos e debates, levantando questionamentos sobre sua capacidade mental e física para governar
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (21) que não concorrerá à reeleição para a Casa Branca. A decisão vem após semanas de pressão crescente devido a várias gafes em discursos e debates, levantando questionamentos sobre sua capacidade mental e física para governar por mais quatro anos. O Partido Democrata ainda não anunciou seu novo candidato.
“Embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me retire e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”, declarou Biden em uma carta publicada na rede social X (antigo Twitter).
Saúde e desempenho de Biden
Aos 81 anos, Biden foi alvo de ataques durante a campanha presidencial de Trump, focados em sua saúde. Questionado por jornalistas semanas antes da desistência, Biden admitiu que é testado “todos os dias” e submetido a avaliações neurológicas. “Se meus neurologistas dissessem que preciso fazer mais exames, eu os faria”, afirmou.
Esta teria sido a quarta corrida presidencial de Biden, que foi vice de Barack Obama em 2008 e 2012, e venceu Trump em 2020. Ao anunciar a desistência, Biden destacou realizações de seu governo, como a reconstrução econômica, redução de custos de medicamentos para idosos e expansão dos cuidados de saúde.
Pressão para desistir
A pressão aumentou significativamente após o debate presidencial com Trump na CNN, onde Biden se atrapalhou e perdeu o raciocínio em alguns momentos. Uma pesquisa revelou que 72% dos eleitores desejavam que Biden desistisse, incluindo 46% dos democratas. Celebridades como George Clooney e Michael Douglas também pediram que ele desistisse.
Gafes e equívocos
Tentando se recuperar, Biden cometeu uma série de gafes que colocaram sua saúde neurológica sob escrutínio novamente. Em uma cerimônia da OTAN, ele confundiu o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky com o líder russo Vladimir Putin. Em outra ocasião, confundiu Kamala Harris com Trump ao responder sobre uma possível candidatura dela.
Atentado contra Trump
O atentado contra a vida de Trump durante um comício na Pensilvânia, que aumentou a intenção de votos para o ex-presidente, também pressionou Biden. Após o atentado, Trump cresceu três pontos nas pesquisas, enquanto Biden aumentou apenas um.
Obama sinaliza para desistência
Em 18 de julho, Barack Obama sugeriu a pessoas próximas que Biden reconsiderasse sua candidatura, segundo o jornal The Washington Post. Obama acreditava que as chances de vitória de Biden tinham diminuído e que ele deveria “considerar seriamente a viabilidade de sua candidatura”.
Esta decisão de Biden de desistir da reeleição marca uma reviravolta significativa na política americana, com o Partido Democrata agora buscando um novo líder para enfrentar Donald Trump nas eleições de 2024.