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Brasil saúda eleição na Venezuela, mas quer verificação das atas

Pleito segue suspeito por falta de transparência e ações autoritárias do governo. Maduro garante que venceu de forma apertada (51% contra 44%); Gonzáles contesta

Em um roteiro previsível, o rito formal das eleições venezuelanas foi cumprido para sacramentar a Nicolás Maduro (imagem) pela terceira vez na presidência que ocupa há 11 anos. Governando por decreto e com congresso e judiciário amordaçados, ele navega por uma crise econômica sem saída, bloqueios comerciais, perseguições a adversários, ameaças políticas, atritos com vizinhos e pouca consideração e reconhecimento da comunidade internacional.

Maduro cria atritos até com o Brasil governado por Lula e o PT, que costumam ser lenientes com as atitudes e declarações do déspota de esquerda. Mesmo assim, o governo brasileiro, via Ministério das Relações Exteriores (MRE) foi um dos primeiros a saudar a realização do pleito. É aí que está a pegadinha que indica uma mudança de comportamento com o vizinho.

Candidato das frentes de oposição, Edmundo González contesta o resultado junto com a deputada cassada María Corina Machado (à direita)

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou, por meio de nota, que aguarda a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela dos “dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.

O comunicado também cumprimenta a Venezuela pelo fato das eleições terem sido realizadas em clima pacífico, porém o Brasil “reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observadora por meio da verificação imparcial dos resultados”. Em linguagem diplomática, é uma cutucada leve.

Neste domingo (28), o CNE anunciou a vitória de Nicolás Maduro por 51,21% dos votos com 80% das urnas apuradas, com o candidato da frente de oposição, Edmundo González (acima), levando 44%. Nesta madrugada (29), a deputada cassada e impedida de disputar María Corina Machado (acima) disse que a oposição teve acesso a 40% das atas, o que indicaria vitória de González com 70%. Nenhuma das afirmações pode ser verificada de forma independente.

Trump

Lideranças se dividem. Os presidentes do Equador, Daniel Noboa, e da Argentina, Javier Milei, não reconheceram a vitória de Maduro. Colômbia, Estados Unidos, União Europeia e Brasil pedem a publicação das atas para verificação; enquanto Rússia, Bolívia, China e Cuba parabenizaram o governante sem maiores considerações.  

Em discurso após o anúncio da sua vitória, Nicolás Maduro pediu que os países respeitem o resultado eleitoral. “O poder eleitoral tem um sistema eleitoral de altíssimo nível de confiança, segurança e transparência com 16 auditorias”, garantiu, acrescentando que “quando houve o debate em que Donald Trump denunciou que lhe roubaram as eleições nos Estados Unidos, nós não nos metemos nisso”.

O governo brasileiro enviou como representante para acompanhar a votação o embaixador Celso Amorim, que é assessor especial de Relações Internacionais da Presidência da República.

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