Comitê do BC optou por sustentar a interrupção do ciclo de cortes
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (31) manter a taxa básica de juros (Selic) em 10,5% ao ano. Desta forma, o ciclo de cortes iniciado em agosto de 2023 está estagnado desde maio, quando houve um corte de 0,25 ponto percentual. No período anterior, o comitê vinha reduzindo a taxa em 0,5 ponto a cada reunião. A decisão era esperada pelo mercado, conforme apontado pelos levantamentos do Boletim Focus, do BC.
O desejo do governo, em especial do presidente Lula, era ampliar os cortes, o que abriu uma disputa com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, já a Selic é o principal instrumento para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Todavia, a Selic também é empregada para manter a atratividade do Brasil aos investidores internacionais, já que o país sofre de uma baixa taxa de poupança. E com o juros mantidos em um patamar mais elevado nos Estados Unidos, o ciclo de redução fica comprometido por aqui.
Por isso, a inflação segue contida dentro das faixas. No ano, o IPCA acumula alta de 2,48%, enquanto nos últimos 12 meses ficou em 4,23%, acima dos 3,93% observados no mesmo período anterior. Em junho, o IPCA teve alta de 0,21%, abaixo da taxa registrada em maio (0,46%).
Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta de inflação em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para o BC, a inflação deve ficar em 4%.