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Por que as eleições venezuelanas continuam nas manchetes?

Já passamos o décimo dia após a divulgação do “resultado” das eleições venezuelanas e a fraude do ditador Nicolás Maduro não sai das manchetes. Por que esse assunto está demorando a perder a tração? Há uma comoção mundial em torno do tema e uma pressão para desmascarar o mandatário venezuelano. Mas, ao mesmo tempo, a oposição, liderada por Maria Corina Machado, tem seus méritos neste processo, pois não está se rendendo à repressão promovida pelo governo de Caracas.

Em vez de ficar martelando sempre a mesma tecla, como fez Juan Guaidó em 2019 (quando houve outro pleito fraudado pela ditadura venezuelana), Corina e o candidato Edmundo González Urrutia (imagem) passaram a conduzir uma narrativa inteligente de factoides que foram mantendo o assunto vivo. Um dos movimentos mais recentes foi a carta em que González se autoproclama eleito e conclama as Forças Armadas a romper com o chavismo.

Os oposicionistas perceberam que apenas a pressão feita por líderes democratas mundiais não será suficiente para fazer Maduro reconhecer a manipulação das eleições (apresentando as atas de votação) e tirá-lo do poder. Para efetivamente derrubá-lo, González e Corina entenderam que precisarão do apoio dos militares e se endereçaram diretamente a eles.

O problema é criar uma divisão em um grupo que é fiel ao ditador por ter seus quinhões de vantagens na manutenção da ditadura. O chavismo construiu sua base de apoio através da distribuição de benesses e fechando os olhos para eventuais escorregões de ilegalidade cometidos pelos generais. Como esse esquema beneficia a praticamente todo o alto comando dos fardados, dificilmente as patentes mais importantes iriam renunciar a seus benefícios.

Como era esperado, os generais não aceitaram a proposta da oposição. Isso, no entanto, não quer dizer que – continuando a pressão de todos os lados, incluindo países governados por presidentes esquerdistas, como Chile e Colômbia – o cenário atual seja imutável. O que pode mudar a situação? Uma proposta explícita de anistia para os militares.

Enquanto isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua fazendo malabarismos políticos e diplomáticos para não contrariar Maduro e, ao mesmo tempo, cobrar a divulgação das tais atas. Em visita ao Chile, nesta semana, pediu a entrega desses documentos, mas ao mesmo tempo, disse que era preciso prestar “respeito” à soberania da Venezuela.

Maduro, encastelado no Palácio de Miraflores, mantém a ladainha que todos os opositores são representantes do “fascismo”, estendendo também essa acusação às plataformas de redes sociais. “Acuso o TikTok e acuso o Instagram de sua responsabilidade na instalação de ódio, para dividir os venezuelanos, para buscar uma matança e uma divisão da Venezuela. Para trazer o fascismo à Venezuela. Golpe de Estado ciberfacista e criminal” afirmou, em uma demonstração total de delírio típica dos ditadores.

Quem propaga o ódio e está promovendo matança (pelo menos vinte mortos e mais de mil presos nos últimos dias) é o próprio Maduro. Essas são as únicas armas que dispõem aqueles que atentam contra a democracia.

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