Boletim de MR sobre medicina, pesquisa, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas
OMS declara mpox como emergência em saúde pública global
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, na quarta-feira (14), que o surto de mpox na África é uma emergência de saúde pública de preocupação internacional devido à propagação de uma cepa mais mortal do vírus, o clado Ib, para regiões antes não afetadas. O surto, que já causou mais de 17 mil casos e 500 mortes em 13 países africanos, exige uma resposta internacional coordenada. A mpox (anteriormente chamada de varíola do macaco) é uma doença viral altamente transmissível com sintomas como febre, erupção cutânea e dores musculares, e pode ser prevenida com vacinas que já estão sendo distribuídas pela OMS.
Saiba identificar!
Erupção na pele: Bolhas ou feridas que duram de 2 a 4 semanas, podendo afetar várias partes do corpo.
Sintomas associados: Febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, apatia e gânglios inchados.
Localização das lesões: Rosto, palmas das mãos, solas dos pés, regiões genitais e/ou anal, boca, garganta, ânus, reto, vagina ou olhos.
Complicações: Inflamação no reto e órgãos genitais, dificultando urinar.
Aumento do cérebro tem relação com sintomas de autismo mais severos
Estudo realizado por cientistas brasileiros e norte-americanos identificou uma relação entre macrocefalia (aumento do tamanho do cérebro) e a gravidade dos sintomas sociais e de comunicação em crianças com transtorno do espectro autista (TEA). Publicado na revista Molecular Autism, o estudo analisou imagens cerebrais de mais de 900 crianças com TEA e experimentos com minicérebros desenvolvidos a partir de células sanguíneas dessas crianças. Os resultados mostraram que os minicérebros das crianças com sintomas mais severos eram até 41% maiores do que os controles, corroborando a relação observada entre macrocefalia e maior severidade dos sintomas.
Usar tablet desde cedo faz crianças ficarem mais irritadas
Uma nova pesquisa publicada na revista JAMA Pediatrics revela que o uso precoce de tablets e smartphones pode levar a mais episódios de raiva e frustração em crianças pequenas. O estudo, que acompanhou 315 pais de crianças em idade pré-escolar na província de Nova Escócia, no Canadá, descobriu que crianças com mais tempo de tela aos 3,5 anos apresentavam maior irritabilidade e frustração um ano depois, aos 4,5 anos. Esse padrão se repetiu no ano seguinte, sugerindo um ciclo negativo no desenvolvimento emocional associado ao uso de dispositivos digitais. Os pesquisadores especulam que o tempo excessivo diante das telas pode reduzir oportunidades importantes para interações sociais e atividades que ajudam no desenvolvimento do autocontrole.
O que MR publicou
- Ministério da Saúde vai instituir comitê de emergência para mpox
- Recorde: planos de saúde superam 51 milhões de beneficiários
- “A diversidade é o nosso combustível”, afirma a CEO do Sabin
- O ESG criou uma jornada de mudança no Fleury, conta Jeane Tsutsui
Temperatura do rosto pode revelar sinais de envelhecimento e doenças crônicas
Uma pesquisa publicada na revista Cell Metabolism revelou que a análise da temperatura facial pode oferecer informações significativas sobre a idade biológica e a presença de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. O estudo, que analisou imagens térmicas e bidimensionais de 2.811 indivíduos na China, desenvolveu um algoritmo que identificou padrões térmicos distintos no rosto, como a diminuição da temperatura no nariz e o aumento ao redor dos olhos com a idade. Esses padrões também correlacionaram com distúrbios metabólicos e pressão arterial elevada. Com uma precisão de cerca de 80%, a técnica sugere que a temperatura facial pode ser uma ferramenta valiosa para avaliar a saúde, embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar sua eficácia em diferentes populações.
Cresce incidência de câncer de vagina no mundo; no Brasil diminui
Um levantamento global publicado no periódico Obstetrics & Gynaecology revela um aumento na incidência de câncer de vagina, que representa apenas 2% dos tumores ginecológicos, com cerca de 18 mil novos casos diagnosticados em 2020. No entanto, o Brasil se destaca por uma queda na taxa de novos casos, ao contrário de países como Islândia e Chile, que mostram alta. O câncer de vagina, associado principalmente ao HPV, além de fatores como baixo IDH e infecção pelo HIV, tende a ser mais comum na África e Ásia. O estudo ressalta a importância da vacinação contra o HPV e de medidas preventivas para reduzir a incidência global da doença.
Ansiedade após os 50 anos pode ser sinal precoce de Parkinson
De acordo com estudo da University College de Londres publicado no British Journal of General Practice revela que a ansiedade em pessoas com mais de 50 anos pode ser um sinal precoce de Parkinson. A pesquisa, que analisou registros médicos de mais de 900 mil pessoas, descobriu que quem desenvolveu ansiedade tem o dobro de risco de futuramente desenvolver Parkinson, mesmo quando ajustados fatores como idade e estilo de vida. A ansiedade, assim como outros transtornos neuropsiquiátricos e sintomas não motores, pode preceder os sintomas motores clássicos da doença, como tremores e lentidão. Identificar esses sinais precoces pode ajudar no diagnóstico e manejo da doença.