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O mundo será dos tatuados?

Em um passado não muito distante, a tatuagem era vista somente na pele de marinheiros ou presidiários. Depois, hippies e surfistas passaram a exibir suas tattoos por aí. Foram seguidos por punks e góticos. Finalmente, nos anos 1980, essa prática começou a se popularizar. E, como os cabelos espetados, virou uma moda que atraiu de contestadores a conservadores. Hoje, é algo amplamente aceito pela sociedade: ninguém mais se espanta quando vê um tatuado entrar em uma sisuda reunião de negócios ou em um palanque político.

No último final de semana, perambulei pelos corredores de um shopping center e pude ver uma quantidade enorme de gente tatuada: pais e mães de famílias, jovens e idosos, pessoas irreverentes ou sérias. A tatuagem está aumentando a olhos vistos.

Vamos aos números: há mais de 22.000 estúdios de tatuagem no país, o que faz do Brasil o nono maior mercado mundial deste segmento, com uma movimentação de R$ 2,5 bilhões ao ano. Segundo o Sebrae, 22% dos brasileiros possuem tatuagens. E quais seriam as principais razões para alguém tingir a própria pele? A maior delas seria a comemoração de um marco, mas muitos também se tatuam para se embelezar (um argumento que pode gerar discussões intermináveis em família) ou para expressar a própria individualidade.

As estatísticas reveladas pelo Google mostram que o Brasil, de fato, é um grande player quando se fala em tatuar pessoas: trata-se do país no mundo que mais realiza buscas com o termo “tatuagem” na ferramenta de buscas. A mesma palavra é a segunda mais digitada na categoria beleza no Brasil, ficando atrás somente de “cabelo”. No quesito de termos combinados, a maior procura é por “tatuagem feminina”, “tatuagem no braço”, “significado de tatuagem”, “tatuagem masculina”, “tatuagem pescoço”, “borboleta tatuagem” e “tatuagem pequena”.

Símbolos ancestrais de rebeldia são absorvidos aos poucos pela sociedade. É o caso de jaquetas de couro, pulseiras de tachinhas e cortes de cabelo moicano que antes adornavam apenas os contestadores, outsiders e indóceis. Hoje, todos estes itens estão nos editoriais de moda das grandes grifes. Com as tattoos, aconteceu algo bem parecido.

Na música, no entanto, essa palavra sempre foi associada ao romantismo. Há uma grande obra-prima com este título, composta por Chico Buarque. “Quero ficar no teu corpo feito tatuagem/ Que é pra te dar coragem/ Pra seguir viagem/ Quando a noite vem”. A metáfora é perfeita: trata da intensidade de um sentimento, do tipo que fica marcado na pele, indelével e eterno, quase que bordado na alma.

Embora seja um ato historicamente ligado ao amor ou à insubmissão, usar a pele para passar alguma mensagem deixou de ser algo do outro mundo. Milhares de indivíduos se tatuam diariamente e ninguém (ou quase ninguém) faz drama por isso.

Talvez quem tenha explicado melhor este fenômeno seja o estilista Christian Louboutin, cujo nome é sinônimo de sapato feminino elegante. “As pessoas têm orgulho de suas tatuagens. É como se elas fossem um brasão moderno”, disse ele. De fato, as tattoos podem ser encaradas como um brasão dos tempos atuais e com uma vantagem: elas expressam a natureza de uma pessoa e não de uma família. Exibir uma tatuagem, assim, é mostrar ao mundo uma parte de sua personalidade ou de suas conquistas. É uma linguagem cifrada sobre si mesmo, como se fosse uma assinatura na pele: pessoal e intransferível.

P.S.: não, não tenho nenhuma tatuagem em meu corpo.

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Comentários

Respostas de 3

  1. Faz você muito bem não ter nenhuma tatuagem. Conhece o influencer Raiam Santos? Ele faz um trabalho sensacional. É um cara super culto e de uma inteligência de poucos. Ele defende que tatuagem é satanismo e eu concordo com ele. Existe uma agenda satânica tomando conta, daí o aumento de tatuados. É uma coisa horrorosa sair na rua e ver um monte de gente rabiscada e sem noção. Sem falar que na medida que a pessoa envelhece fica mais feio ainda porque desbota é começa enxugar e derreter tudo. Conheço muitos tatuados que se arrependeram perdidamente e tentando desmanchar a m. que fizeram. Sabe aquela história “Ferrari não tem adesivo”? Pois é! Faz sentido. Eu diria mais “tem aqueles que gostam dos olhos, outros gostam da remela”. Tatuagem não é elegante, tatuagem é remela.

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