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BTG quer liderar empréstimos sindicalizados nos EUA

Com uma carteira de R$ 195 bilhões, o banco busca expandir globalmente, diversificar atividades e atrair credores para empresas latino-americanas

O banco BTG Pactual está de olho no mercado de empréstimos sindicalizados dos Estados Unidos, o maior do mundo. Após a aquisição do M.Y. Safra Bank em Nova York, em junho, a instituição busca expandir sua atuação internacional com foco estratégico no mercado norte-americano.

“Os EUA são o maior mercado de crédito do mundo e precisamos estar lá”, afirmou Rogério Stallone, sócio do BTG responsável pela área de crédito corporativo. Segundo ele, os empréstimos sindicalizados são uma excelente porta de entrada para o banco, permitindo a participação em grandes fluxos de negócios e o aprofundamento nas peculiaridades regionais. Essa modalidade é uma forma de financiamento em que um grupo de instituições se reúne para fornecer crédito a uma empresa tomadora que necessita financiar projetos de grande escala.

Com uma carteira de aproximadamente R$ 195 bilhões, o BTG já atua no segmento de empréstimos sindicalizados há cerca de dois anos, desde a contratação de Ernesto Meyer, ex-executivo do BNP Paribas, para liderar a área. Desde então, o banco já conduziu 11 operações, somando US$ 2,5 bilhões em transações, especialmente conectando empresas latino-americanas a novos credores globais.

Entre as operações de destaque está um empréstimo que incluiu uma parcela denominada em renminbi, moeda chinesa, além da negociação de empréstimos no mercado secundário, algo ainda raro entre instituições brasileiras.

A recente aquisição do M.Y. Safra Bank é estratégica para o BTG, que busca reduzir seus custos de financiamento nos EUA, de forma semelhante ao que ocorreu com a compra do FIS Privatbank em Luxemburgo, em 2023. Na ocasião, a operação resultou em uma queda de 30% nos custos de financiamento em euros.

Com forte presença internacional, o BTG já tem escritórios em cidades como Madri, Lisboa, Londres e Riad, além de uma corretora nos EUA e operações de gestão de patrimônio em Miami. Na América Latina, o banco tem filiais no Chile e na Colômbia, além de atuar na Argentina, México e Peru.

Entre as transações mais recentes, destaca-se o empréstimo de US$ 510 milhões para a produtora de celulose Bracell, que incluiu parcelas em renminbi, reais e dólares, e contou com a participação de dois bancos de Taiwan — Banco SinoPac e Taishin International Bank — que pela primeira vez participaram de uma operação de crédito na América Latina.

Além disso, o BTG coordenou um empréstimo de € 640 milhões para a espanhola Aleatica, com uma tranche de € 60 milhões no Chile, e lançou um financiamento de R$ 750 milhões para a joint venture brasileira Addiante. No Brasil, o banco também viabilizou um empréstimo de R$ 500 milhões para a rede de restaurantes Madero e R$ 170 milhões para a sorveteria Bacio di Latte.

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