O mundo digital nos trouxe algumas facilidades inusitadas. Uma delas é o uso dos emojis – aqueles bonequinhos ou figurinhas que acabam servindo de resposta ou de comentário sem que utilizemos uma só palavra. A inspiração desses bonequinhos amarelos foi um desenho criado em 1963, pelo ilustrador americano Harvey Ball.
Ele recebeu da seguradora State Mutual Life Assurance uma encomenda: um símbolo para elevar o moral de seus funcionários, que seria utilizado em bottons. Ball, então, desenhou o primeiro “smiley” e recebeu pelo job exatos 45 dólares. A carinha sorridente, porém, começou a ser imitada pelos Estados Unidos, pirateada em pôsteres e camisetas (a cópia mais famosa vinha com a frase “have a nice day” junto à figurinha).
Em 1972, porém, o bonequinho feliz ganhou uma carreira internacional: o francês Franklin Loufrani registrou o desenho para uso comercial e passou a utilizá-lo no jornal “France Soir” para destacar as notícias positivas. Anos mais tarde, em 1985, uma graphic novel chamada “Watchmen” provocou um revival do desenho, já que era o botton utilizado por um dos personagens, chamado de “Comediante”. O filme “Forrest Gump”, de 1994, também lembrou de sua existência e usou a ilustração em seu enredo.
Em 1999, o bonequinho foi definitivamente incorporado ao mundo digital, pela mão do japonês Shigetaka Kurita, que traduziu os códigos de símbolos que estavam populares naquela época para as imagens que conhecemos hoje. O nome “emoji”, por isso, vem do idioma japonês: “e” quer dizer “imagem” e “moji” significa “letra”.
Qual é o seu emoji favorito? Não sei se tenho uma imagem predileta. Mas uso muito aquele “hi-five”, que muitos brasileiros interpretam como duas mãos se unindo em uma oração. Esse símbolo é muito útil: pode servir como um agradecimento, manifestação de estímulo ou simplesmente uma forma elegante de se encerrar uma conversa pelo WhastApp.
Sou fã, embora use pouco, daquele bonequinho baseado no quadro “O Grito”, do pintor norueguês Edvard Munch. Um dos mestres do expressionismo, Munch explicou sua obra da seguinte maneira: “Eu estava caminhando pela estrada com dois amigos (o sol estava se pondo) e, de repente, o céu ficou vermelho-sangue. Fiz uma pausa, me sentindo exausto, e me apoiei na cerca. Havia sangue e línguas de fogo acima do fiorde azul-escuro e da cidade. Meus amigos caminharam, eu fiquei ali tremendo de ansiedade – e senti um grito infinito passando pela natureza”. O original é uma legítima expressão de angústia. A versão “emoji”, no entanto, é mais utilizada para manifestar espanto.
Tenho um símbolo que detesto – e desaprovo seu uso. Trata-se daquele bonequinho que vomita. Talvez precise voltar à terapia para descobrir a razão pela qual eu tenho tanta aversão a esse bonequinho.
E você? Tem um “emoji” favorito?