Apesar da melhora na classificação, a operadora segue com baixa flexibilidade financeira e previsão de fluxo de caixa negativo nos próximos três anos
A Fitch Ratings anunciou a elevação das notas de crédito da Oi, tanto em moeda estrangeira quanto em moeda local, de “D” para “CCC-”. A nota nacional também subiu de “D(bra)” para “CCC-(bra)”, após a conclusão do processo de troca de dívida no âmbito da recuperação judicial da empresa. Apesar da melhora, a Oi ainda enfrenta sérias limitações financeiras e a expectativa de fluxo de caixa negativo nos próximos três anos, segundo analistas da agência.
A reestruturação da dívida, finalizada em agosto, incluiu a extensão de prazos de vencimento, novas linhas de crédito e o uso de recursos obtidos com desinvestimentos, como a venda da carteira de clientes de internet fibra óptica para a V.tal, por R$ 5,68 bilhões, que deve ser aprovada até o final de 2024.
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De acordo com a Fitch, a Oi tem atualmente uma dívida estimada em R$ 34,3 bilhões. Os principais vencimentos incluem R$ 50 milhões em 2026, R$ 4,2 bilhões em 2027 e R$ 5 bilhões em 2028. A agência ressalta que, embora a reestruturação ajude a aliviar o peso da dívida, a empresa ainda enfrenta desafios significativos para gerar Ebitda positivo e conter a queima de caixa, em um mercado de telecomunicações altamente competitivo.
A migração de seu contrato de concessão para um regime de autorização, prevista para ocorrer em meados de 2025, pode oferecer algum alívio financeiro à Oi, já que a isentará de obrigações onerosas relacionadas à telefonia fixa, afirmam os analistas Alexandre Garcia, Andrew Bushey e Martha Rocha. No entanto, o futuro da empresa ainda é incerto, com uma estrutura de capital considerada insustentável pela Fitch e baixa flexibilidade financeira no curto prazo.