A certificação da S&P reconhece empresas que promovem uma economia de baixo carbono e é concedida a apenas 0,02% das ações globais
A Ambipar, multinacional brasileira de soluções ambientais, se tornou a primeira empresa privada da América Latina a receber o selo de ações verdes da Bolsa de Valores do Brasil (B3). A certificação, concedida pela Standard & Poor’s (S&P), reconhece companhias que contribuem para uma economia de baixo carbono e combatem as mudanças climáticas, e é extremamente restrita: apenas 0,02% das ações listadas nas maiores bolsas globais possuem esse selo.
A Ambipar, também listada na Bolsa de Nova York, investe em projetos de descarbonização, economia circular, transição energética e regeneração ambiental. A Sabesp, empresa de saneamento de São Paulo, foi a primeira brasileira a receber essa certificação, quando ainda era estatal, e a terceira no mundo.
Segundo Rafael Trello, vice-presidente de Sustentabilidade da Ambipar, a conquista do selo verde reflete o comprometimento da empresa com a sustentabilidade e sinaliza ao mercado que investidores preocupados com questões ambientais podem confiar na Ambipar. “Estamos entregando resultados consistentes em nossas operações, investimentos e atendimento aos clientes, sempre alinhados com nossa filosofia, visão e missão”, afirmou.
Internamente, Trello destacou que a empresa pretende continuar aprimorando sua gestão e entrega, gerando impacto positivo para a sociedade e o meio ambiente. Ele reconheceu que ainda há muito a avançar, mas que a certificação ajuda a identificar novas demandas e traduzi-las em ações que promovam o desenvolvimento econômico, ambiental e social da empresa.
O selo verde segue os princípios do “Green Equity Principles” da Federação Internacional das Bolsas de Valores, lançados em 2023. Para obtê-lo, as empresas precisam cumprir rigorosos critérios, como ter pelo menos 50% de sua receita anual proveniente de atividades sustentáveis e destinar mais de 50% dos investimentos e despesas operacionais a essas atividades. Além disso, menos de 5% da receita bruta da empresa pode vir de combustíveis fósseis.
Janaina Vilella, diretora de Comunicação e Sustentabilidade da B3, destacou a importância da responsabilidade socioambiental no mercado de capitais. “A certificação pode ser usada como ferramenta de planejamento para os investimentos das companhias, além de apoiar decisões, mitigar riscos e diversificar o portfólio dos investidores”, afirmou.
O selo de ações verdes foi lançado em maio de 2024 e se junta a outros produtos ESG da B3, como o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), o Índice Carbono Eficiente (ICO2 B3), títulos temáticos ESG e o Crédito de Descarbonização (CBIO).
