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Pink Floyd vende catálogo por US$ 400 mi

A venda à Sony é parte de uma tendência entre investidores globais. Gravadora poderá explorar filmes e séries baseados nas obras de Waters e Gilmour. BMG e Warner tentaram fechar acordos em 2022

A icônica banda britânica Pink Floyd fechou um acordo com a Sony para a venda de seu catálogo musical por cerca de US$ 400 milhões. A negociação inclui sucessos como “Another Brick in the Wall“, “Wish You Were Here“, “Time“, “Comfortably Numb“, “Shine on You Crazy Diamond” e “Money” (imagem do vídeo no destaque), consolidando a gravadora como detentora de um dos acervos musicais mais valiosos do planeta. O acordo foi concluído nesta semana, informou o Financial Times.

Além das gravações, o contrato abrange o uso do nome e da imagem da banda, permitindo que a Sony explore o catálogo em produtos licenciados e potenciais spin-offs, como filmes e séries de TV a partir de obras como a ópera rock “The Wall” e o conceituado “The Dark Side of the Moon“. No entanto, os direitos de composição das músicas, um dos dois tipos de direitos autorais envolvidos, não foram vendidos pelos integrantes da banda e seus herdeiros – o tecladista Rick Wright morreu em 2008, aos 65 anos.

A venda do catálogo do Pink Floyd é parte de uma tendência crescente de aquisições musicais, um mercado que tem atraído investidores globais. A própria Sony adquiriu recentemente parte dos direitos do Queen em um negócio avaliado em aproximadamente US$ 1 bilhão. Além disso, artistas como Bob Dylan e Bruce Springsteen também venderam seus catálogos à Sony. Na direção contrária, em 2017 os ex-Beatle Paul McCartney recomprou os direitos sobre 260 direitos autorais que estavam sob controle de Michael Jackson – e herdeiros – desde 1982, quando este adquiriu o catálogo dos Beatles à Northern Songs por US$ 47,5 milhões. A empresa era de McCartney, John Lennon, Brian Epstein e Dick James e atravessava um briga entre os proprietários e herdeiros.

A negociação envolvendo o Pink Floyd foi particularmente complexa, devido a disputas internas de longa data entre os membros da banda, especialmente entre os líderes criativos David Gilmour, guitarrista, e Roger Waters, baixista, cuja rivalidade perdura há mais de 40 anos. Tentativas anteriores de venda, como em 2022, não avançaram, apesar do interesse de empresas como BMG e Warner.

Com o fechamento do acordo, a Sony busca capitalizar seu acervo musical por meio de licenciamentos em plataformas de streaming, jogos e outras mídias, mantendo o legado do Pink Floyd relevante para novas gerações. O mercado de compra de catálogos musicais, embora tenha desacelerado após o pico de 2021 e 2022, continua a atrair grandes investidores. Em julho deste ano, a Apollo anunciou um financiamento de até US$ 700 milhões para apoiar novas aquisições musicais da Sony.

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