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Datena é alvo de deepfake de assédio sexual

Candidato à Prefeitura de São Paulo, o apresentador José Luiz Datena (PSDB) foi envolvido alvo de um vídeo manipulado por inteligência artificial (IA) que o coloca em uma situação de assédio sexual. A deepfake começou a circular nas redes sociais em 25 de setembro retratando-o em um estúdio de televisão beijando à força a jornalista Bruna Drews. A profissional foi quem o acusou de assédio em 2018. No entanto, o vídeo apresenta evidentes sinais de manipulação digital.

Especialistas apontam inconsistências no material, como movimentos artificiais de braços e cabeças, além de trocas abruptas de roupas de Drews durante a cena. Também é possível notar o aparecimento e desaparecimento repentino de uma van branca no estúdio, um claro indício de edição. A organização True Media, especializada em detectar conteúdo criado por IA, classificou o vídeo como “substancialmente manipulado”. Confira:


Segundo a Palver, que monitora grupos públicos de WhatsApp e Telegram, o vídeo começou a circular em seis grupos de militantes de direita, atingindo cerca de 4 mil pessoas. A publicação falsa ganhou força após o candidato Pablo Marçal (PRTB) trazer à tona as antigas acusações de assédio contra Datena durante os debates televisados.

Em 2018, Bruna Drews, ex-repórter do programa “Brasil Urgente”, apresentou uma queixa de assédio sexual contra Datena. Seis meses depois, a jornalista assinou uma declaração em cartório afirmando que o episódio não havia ocorrido, referindo-se ao comportamento de Datena como “brincadeiras”. Entretanto, Drews voltou a afirmar que o assédio ocorreu, embora o processo tenha sido arquivado pela Justiça.

Deepfakes ganham força nas eleições

Na semana passada, um vídeo em que a jornalista Rhiza Castro relata um caso de assédio sexual que sofreu na TV Record circulou como se as acusações fossem contra Datena. Apesar de Castro ter esclarecido nas redes sociais que nunca trabalhou com ele, o conteúdo continuou a ser associado ao candidato e, mais tarde, foi combinado com a deepfake de Datena e Drews, criando uma segunda montagem enganosa.

O episódio também ganhou atenção após declarações de Pablo Marçal. Durante o debate na TV Cultura, em 15 de setembro, o candidato do PRTB se referiu a Datena como “Jack”, termo usado para condenados de crimes sexuais em presídios. Datena reafirmou que o caso havia sido arquivado e que Drews se retratou publicamente.

A tensão entre os candidatos acabou culminando no confronto em que Datena atingiu Marçal com uma banqueta – sendo expulso do evento. O incidente gerou repercussão internacional e reavivou a circulação de fakes relacionadas ao candidato.

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