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Eleitores ignoram a vontade de seus candidatos no 2º turno

Na pesquisa Datafolha que acaba de ser divulgada, o prefeito Ricardo Nunes aparece na liderança com 55% das intenções, contra 33% de Guilherme Boulos. Há um detalhe deste estudo que mostra algo que vai desagradar a Pablo Marçal e Tabata Amaral: seus eleitores não estão nem aí para a posição adotada pelos candidatos derrotados. Relembrando: Marçal disse que liberava seus eleitores para votar em quem desejassem, mas apostava na vitória de Boulos; já Tábata declarou apoio ao deputado federal, embora tenha dito que não participaria de sua campanha.

A pesquisa, porém, mostra que 85 % dos eleitores do ex-coach vão votar em Ricardo Nunes – e apenas 50% de quem escolheu Tabata vai optar por Guilherme Boulos na segunda etapa do pleito. Ou seja, o eleitorado ignora a vontade de seus escolhidos no primeiro turno e se mostram pragmáticos para a votação que ocorrerá daqui a três domingos.

É de chamar a atenção os votos de Tabata que serão destinados a Nunes: 35% do total. Esse fenômeno contradiz a expectativa de quem Tabata era apoiada exclusivamente por eleitores de esquerda. A conclusão é a de que um terço dos apoiadores da candidata do PSB era de centristas ou representantes da chamada direita light, que foram encantados por uma proposta mais moderna e jovem.

Ao contrário do que aconteceu no primeiro turno, Nunes lidera a intenção de voto até na pesquisa espontânea, com 41%, ante 29% de Boulos. Mas a vantagem, na prática, é ainda maior: cerca de 2% dos eleitores dizem que vão votar no “atual prefeito”. Portanto, o candidato à reeleição soma, na verdade, 43%.

As taxas de rejeição também parecem encaminhar bem o segundo turno em favor de Nunes: 58% dizem que não votariam de jeito nenhum em Boulos e 37% rejeitam totalmente o atual prefeito. Esses números têm relação total com os percentuais que cada um possui das intenções de voto.

Especialistas em eleição costumam dizer que o candidato menos rejeitado é sempre eleito no segundo turno. Desse modo, o prefeito leva uma enorme vantagem. Agora, ele precisa jogar na retranca para não perder a dianteira, que já é enorme. Para isso, precisa evitar o “já ganhou” – um fenômeno que pode trazer dissabores enormes a políticos tarimbados.

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