A alta da energia elétrica impulsionou o índice de inflação, que chega a 4,47% no acumulado de 12 meses
Pressionada pela energia elétrica mais cara, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,54% em outubro, sobre alta de 0,13 por cento no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira(24). Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,50% para o período.
Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada acelerou para 4,47%, acima dos 4,12% registrados até setembro. Essa pressão inflacionária está diretamente ligada ao aumento nas tarifas de energia elétrica, que avançaram 5,29% em outubro, após uma alta de 0,84% no mês anterior. A energia elétrica sozinha contribuiu com 0,21 ponto percentual para o IPCA-15 do mês.
O reajuste nas tarifas reflete a adoção da bandeira vermelha, patamar 2, a partir de 1º de outubro, devido à grave crise hídrica que afeta o país. Com menos água disponível para geração hidrelétrica, o custo da energia disparou, elevando o impacto nas contas de luz, que ficaram R$ 7,877 mais caras para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito registraram alta em outubro, com destaque para o setor de habitação, que teve uma variação de 1,72% e foi o principal responsável pela elevação do índice.
A crise hídrica também afeta outros setores, como o de alimentos, enquanto o dólar valorizado adiciona mais pressão sobre os preços. Esses fatores fizeram com que analistas revisassem para cima as projeções para a inflação oficial de 2024. No boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a expectativa para o IPCA chegou a 4,5%, o teto da meta de inflação estabelecida para o ano.
O resultado final do IPCA de outubro será divulgado em 8 de novembro, mas a tendência já preocupa economistas, que consideram a possibilidade de a inflação estourar o teto da meta caso não haja alívio nos preços de itens essenciais, como energia elétrica.