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Presidente do TJ-MS é afastado por venda de decisões

Cinco desembargadores terão de usar tornozeleira eletrônica. Conversas por aplicativos revelam acertos

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (24), operação para investigar suspeita de venda de decisões no Poder Judiciário em Mato Grosso do Sul. A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que autorizou a operação também afastou servidores públicos de suas funções e determinou o uso de tornozeleira eletrônica. A investigação localizou trocas de mensagens por aplicativos de mensagem onde eram antecipados resultados e feitos acertos. Entre eles está Sérgio Fernandes Martins, atual presidente da corte, e seu sucessor.

Entre os investigados, estão cinco desembargadores e dois servidores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS). Os desembargadores são: Sérgio Fernandes Martins (presidente da corte), Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel (que assumiria a presidência da corte em 2025) e Marcos José de Brito Rodrigues. Além do afastamento e do monitoramento, eles e os servidores estão proibidos de acessar as dependências do órgão e de se comunicar com as demais pessoas investigadas.

A partir do alto à esquerda, em sentido horário: Sérgio Fernandes Martins (presidente do TJMS), Marcos José de Brito Rodrigues, Vladimir Abreu, Sideni Soncini Pimentel (que presidiria a corte a partir de 2025) e Alexandre Aguiar Bastos

Estão sendo cumpridos 44 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá (MT). A investigação apura crimes de corrupção em venda de sentenças, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas.

A ação da PF, chamada de Operação Ultima Ratio, teve o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, na qual foram apreendidos materiais com indícios da prática dos crimes investigados.

Em nota, o TJ-MS informou que as decisões do STJ, “direcionadas exclusivamente a alguns desembargadores, magistrado e servidores” do tribunal, estão sendo cumpridas, “sem prejuízo a quaisquer dos serviços judiciais prestados à população e que não afetam de modo algum os demais membros e componentes da Justiça sul-mato-grossesse”.

“Os investigados terão certamente todo o direito de defesa e os fatos ainda estão sob investigação, não havendo, por enquanto, qualquer juízo de culpa definitivo. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul seguirá desenvolvendo seu papel de prestação jurisdicional célere e eficaz, convencido de que aos Desembargadores, magistrado e servidores referidos, será garantido o devido processo legal”, diz a nota.

(Agência Brasil)

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