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Exame: Os argumentos de Haddad e Tebet para Lula cortar gastos

Lula ainda resiste à ideia de reduzir despesas públicas para dar sustentabilidade ao arcabouço fiscal e estabilizar ritmo de crescimento da dívida pública

Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, têm defendido nas conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que um corte de despesas significativo e bem comunicado ainda em 2024, e aprovado no primeiro semestre de 2025, terá impacto econômico significativo em 2026, com dividendos positivos em ano de eleição, afirmaram à EXAME técnicos da equipe econômica.

Lula tem resistido à ideia de alterar as regras para a concessão de benefícios previdenciáriostrabalhistas e assistenciais, com medo dos impactos eleitorais em 2026

O cálculo de Lula é eminentemente político e considera, sobretudo, os impactos que uma mudança nas regras para concessão dos benefícios pode ter na popularidade e nos votos do chefe do Executivo no Norte e no Nordeste.

As duas regiões concentram parte significativa do eleitorado do petista e essas populações estão entre as maiores beneficiárias dos programas sociais e de amparo ao trabalhador.

Exagero do mercado tem refletido nos preços

A avaliação tanto da ala política quanto da ala econômica é a de que há um ceticismo exagerado do mercado em relação ao governo petista. Entretanto, os preços dos ativos, como o preço do dólar, a desancoragem da inflação e a taxa de juros elevada mostram a necessidade de uma resposta da equipe econômica, avaliam auxiliares de Haddad.

O envio de um pacote de medidas robusto e uma aprovação pelo Congresso em 2025 ajudariam na queda do preço do dólar, na redução das expectativas e na inflação corrente e contribuiriam para uma queda de juros, na opinião desses membros do governo.

Esse processo terminará em 2026, avaliam técnicos da equipe econômica, com crescimento sustentado em um arcabouço fiscal crível que atrairá investimentos para o país e garantirá retomada do selo de bom pagador pelas agências de classificação de risco.

Na ala política, entretanto, há preocupação com o timing de envio das propostas para o Congresso. Mesmo com o crescimento econômico de 3% e geração de empregos, a popularidade de Lula está em queda, segundo pesquisas internas.

Além disso, o PT conquistou mais prefeituras, mas o número de eleitores diminuiu, o que mostra perda de apoio político. Esse processo ainda coincide com um crescimento da direita em todos os estados do país. E, por fim, as incertezas em torno do processo de sucessão na Câmara dos Deputados têm deixado a ala política preocupada.

Urgência em uma resposta técnica

Mesmo com os temores da ala política, na equipe econômica o diagnóstico é de que urge uma reposta técnica que garantirá a confiança do mercado no arcabouço fiscal.

Somente dessa forma o país atrairá investimentos, criará empregos e dará sustentabilidade para uma eventual reeleição de Lula, avaliam técnicos da equipe econômica.


Por Antonio Temóteo

Publicado originalmente em: bit.ly/4hjZBUY

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