Governo do país vizinho informou que decisão se dá por declarações grosseiras de Celso Amorim, a quem acusa de ser um mensageiro do imperialismo norte-americano
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou o embaixador de seu país em Brasília, Manuel Vadell, para voltar a Caracas. A medida acirra a crise diplomática que surgiu entre o governo de Maduro e a gestão federal após o Brasil vetar a entrada da Venezuela no Brics. Na diplomacia internacional, a convocação de um embaixador representa uma séria retaliação de um país a outro.
O governo venezuelano informou que chamou o encarregado de negócios da Embaixada do Brasil, Breno Hermann, para “manifestar a mais firme rejeição às recorrentes declarações de ingerência e grosseiras de porta-vozes autorizados pelo governo brasileiro, em particular do assessor especial para Assuntos Externos, Celso Amorim“.
Além disso, a Venezuela criticou o Brasil por, supostamente, afastar-se dos ideias de integração regional, ao impedir que a Venezuela fosse convidada para o encontro do Brics em Kazan, Rússia. O argumento usado foi que a decisão vai contra o espírito da união da América Latina promovido por entidades como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Em resposta, a Venezuela informou que vai tomar medidas em sua política externa, o que pode impactar o trabalho conjunto em organizações internacionais. O país reclama do que considera uma postura “irritada” e rígida dos diplomatas brasileiros.
Os venezuelanos acreditam que o Brasil bloqueia a participação da Venezuela no Brics, contrariando a vontade de outros membros do grupo. Segundo o governo venezuelano, essa atitude lembra sanções dos Estados Unidos, que afetam a população do país.
O governo brasileiro não reconheceu as eleições venezuelanas, realizadas em 28 de julho deste ano. O pleito foi acompanhado pelo assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República do Brasil, Celso Amorim. Após a divulgação dos resultados, que deram vitória a Nicolás Maduro, houve contestação por grande parte da comunidade internacional.