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Belgo e Instabov apostam em IA para monitorar gado

Tecnologia contribui para a sanidade animal, evita roubos e fugas e marca nova fase na pecuária brasileira

A inteligência artificial está presente na pecuária brasileira. A Belgo Arames, líder na transformação de arames de aço, concluiu uma rodada de investimentos de R$ 3 milhões no Instabov, agtech de monitoramento bovino, e impulsionou uma atualização que incorpora o uso de IA. 

Desde junho, o aplicativo Instabov utiliza algoritmo de rede neural para analisar dados e gerar alertas em tempo real sobre comportamento alterado e partos iminentes individuais e de rebanho. Essa atualização permite que os pecuaristas monitorem seus animais de forma mais precisa e eficiente, auxiliando na tomada de decisões e na prevenção de problemas.

A partir da atualização, mais de 40 partos foram identificados em tempo real, o que facilitou a assistência imediata dos produtores e possibilitou salvar vacas e bezerros em situações críticas. Além disso, alertas de comportamento gerados a partir da movimentação dos animais ajudaram a detectar e tratar problemas de saúde, como o caso de uma vaca Nelore avaliada em R$ 80 mil que foi tratada a tempo após a IA identificar um ferimento na pata.

A tecnologia se provou eficaz na segurança do rebanho. No Rio Grande do Sul, a movimentação do gado saindo em fila de uma propriedade permitiu identificar um roubo. O produtor, que já havia sofrido outras invasões, investiu R$ 50 mil para monitorar 100 cabeças e conseguiu acionar a polícia a tempo de recuperar os animais, avaliados em torno de R$ 350 mil.

Segundo o diretor de Marketing, Inovação e Estratégia da Belgo Arames, André Ghion, a tecnologia do Instabov combina hardware de colares aplicados nos animais e antenas receptoras à base de uma bateria de durabilidade de cinco anos e que cobrem raios de 10 km, a um software que traz atualizações animais a cada 10 minutos, direto no aplicativo instalado nos smartphones. 

“Essa ferramenta é inovadora porque capta dados em menor tempo se comparada a outras tecnologias existentes no mundo, que têm média de atualização de quatro horas, além de ter a vantagem de não precisar que os colares e antenas estejam conectados a uma rede de internet para funcionar”, afirmou Ghion. “A partir da quantidade de dados armazenada, a ferramenta vai evoluindo e se tornando mais precisa. Graças ao machine learning (aprendizado de máquina), também passa a entender melhor o comportamento e necessidades de cada espécie bovina, para auxiliar em alertas cada vez mais personalizados”, complementou.

Com a IA, o Instabov dá um grande passo na modernização da pecuária brasileira. O aplicativo também está sendo preparado para receber feedbacks dos usuários, aprimorando ainda mais suas funcionalidades e a precisão dos alertas.

Em um ano de lançamento, já foram vendidos 2 mil colares para propriedades do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pará e Uruguai. Agora, a meta é triplicar a oferta nos próximos 18 meses. Já em cinco anos, a Belgo e o Instabov pretendem alcançar 20 mil colares ativos e expandir fronteiras também para fazendas da Bolívia, Paraguai e Argentina.

O investimento da Belgo em inovação vai para além do negócio. “Estamos olhando bastante para as techs que estão de alguma forma atreladas aos nossos diversos segmentos de mercado e atentos a tudo o que puder trazer uma nova camada de inteligência para o arame”, afirmou Ghion.

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