Marca aposta na conversão de unidades independentes para alavancar a beleza limpa no Brasil, com produtos naturais e sustentáveis
Conhecido pelos tratamentos para o couro cabeludo e cabelos que atraem celebridades como Regina Casé, Larissa Manoela e Fernanda Lima, o Grupo Laces deve atingir um crescimento de 15% frente a 2023, terminando o ano com R$ 100 milhões em vendas de produtos e serviços no ecossistema da marca. A ideia agora é ir além, e democratizar a beleza limpa no Brasil.
Para levar sua linha de produtos e treinamentos aos quatro cantos do país, a Laces está pronta para pisar o pé no acelerador. O plano é converter salões de beleza independentes para o chamado Biomas, oferendo treinamento e produtos da marca, além de suporte para gestão da unidade. Outra opção é a abertura de novos salões Biomas por meio de franquias. O modelo de negócio varia de acordo com o nível de experiência do empreendedor no mercado de beleza.
“Os Biomas são salões que viveram a vida inteira da indústria convencional, e decidiram migrar para o uso de matérias-primas naturais, com performance profissional e com uma governança e gestão voltados para resultado com mais planejamento. É uma espécie de API operacional”, diz Itamar Cechetto, CEO do Grupo Laces.
Atualmente, o projeto tem cerca de 30 unidades e está presente em oito estados brasileiros. Em cinco anos, o Grupo Laces espera chegar a 600 salões de beleza e atingir um faturamento de R$ 300 milhões.
Cosméticos naturais, receita de família
A linha do tempo do Grupo Laces começa em 1920, quando o barbeiro espanhol João Manuel Domingos Dios começou a oferecer serviços com produtos naturais em São Paulo. Além de cortar cabelos, ele utilizava ervas e misturas de plantas para tratar doenças do couro cabeludo, trazendo para o Brasil uma tradição familiar que daria origem ao Laces. Sua filha, Mercedes Dios, aprendeu as receitas com ele e desenvolveu seus próprios estudos na área.
O primeiro Hair Spa Laces foi inaugurado em 1987, no Morumbi, em São Paulo. A empresa se especializou no cuidado dos fios e do couro cabeludo, oferecendo tratamentos com ingredientes naturais. Cris Dios, filha de Mercedes, estudou cosmetologia e trouxe inovações para a marca. Em 2007, ela começou a introduzir novos tratamentos e se dedicou a aprimorar a qualidade dos produtos.
Em 2010, Cris lançou a Cris Dios Organics, a primeira marca de cosméticos orgânicos com certificado de fabricação no Brasil, combinando bioativos de alta performance para o tratamento e a finalização dos cabelos. O Laces também se expandiu para novas unidades, incluindo um salão na Consolação, em 2012.
“Cerca de 85% das mulheres fazem algum tipo de processo químico no cabelo. O que propomos é um pensamento diferente, que começa com a conscientização do cabeleireiro. Quando você converte o profissional para a beleza limpa, o impacto atinge toda a comunidade, porque todas as clientes atendidas passam a pensar diferente”, diz a fundadora Cris Dios.
Naquele mesmo ano, a companhia criou a Academia Laces para treinar e formar profissionais de beleza com a metodologia desenvolvida pela família ao longo de décadas.
Em 2014, a primeira aquisição. O grupo comprou a Natural d’Gaia em busca de uma maior expertise em cosméticos naturais certificados. No ano seguinte, o Laces abriu uma loja conceito em Moema, conhecida pelo tratamento da água da chuva para reuso e o uso de energia solar.
A partir de 2019, o Grupo Laces começou a expandir sua presença no Brasil, inaugurando unidades em lugares estratégicos, como a primeira loja em Belo Horizonte e a chegada ao Rio de Janeiro, oferecendo tratamentos naturais a um público mais amplo. Hoje são nove salões Laces em três cidades.
Bioma: como o Laces quer crescer
Em 2021, o Laces decidiu dar mais um passo no projeto de expansão da marca: o projeto Bioma. Com a conversão de salões tradicionais e criação de franquias chamadas de Biomas, a ideia é disseminar um modelo de beleza sustentável Brasil afora.
O plano estratégico inclui a conversão de salões em funcionamento e abertura de franquias para empreendedores que querem começar neste mercado. “Essa abordagem não apenas aumenta a presença do Laces no mercado, mas também estabelece um padrão de excelência no setor, educando profissionais e consumidores sobre a importância de escolhas sustentáveis”, diz o CEO.
Em termos de resultados, salões que adotaram o modelo Bioma registraram um crescimento médio de 60% no faturamento nos primeiros 12 meses de operação. Além disso, esses estabelecimentos captaram, em média, 52 novos clientes por mês, com um ticket médio de R$ 350, comparado aos R$ 160 antes da conversão.
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Por Isabela Rovaroto
Publicado originalmente em: https://encurtador.com.br/akE9H