Pesquisa revela que 40% dos jovens enfrentam desafios emocionais significativos, prejudicando a produtividade e a inserção profissional
Um levantamento recente realizado pelo Prince’s Trust, divulgado nesta segunda-feira (4 de novembro), expõe como a saúde mental é um fator crítico para a Geração Z no mercado de trabalho. A pesquisa, realizada no Reino Unido com mais de 2.000 jovens entre 16 e 25 anos, aponta que o custo de vida elevado e o medo do fracasso são fatores de estresse constante para essa faixa etária, impactando diretamente suas carreiras. Cerca de 40% dos participantes relataram enfrentar problemas de saúde mental, com um em cada três temendo que essas dificuldades impeçam o alcance de seus objetivos profissionais.
Os dados revelam que a saúde mental é uma barreira significativa para a Geração Z. De acordo com o estudo, um em cada cinco jovens relatou ter faltado à escola ou ao trabalho no último ano devido a problemas emocionais. Além disso, 18% disseram sentir-se tão sobrecarregados que nem tentaram se candidatar a empregos, enquanto 12% afirmaram não conseguir enfrentar entrevistas devido ao estresse.
Questões financeiras e impacto psicológico
As dificuldades financeiras emergem como um dos principais fatores de ansiedade. Segundo a pesquisa, cerca de 10% dos jovens desempregados recusaram oportunidades de trabalho porque não podiam cobrir despesas associadas, como transporte e vestuário. A confiança da Geração Z em sua segurança financeira atingiu o nível mais baixo desde 2009, com mais de metade dos jovens temendo nunca alcançar a estabilidade. Para as mulheres jovens, a situação é ainda mais grave: 60% se preocupam intensamente com o custo de vida.
Estratégias de adaptação
Frente a esses desafios, muitos jovens estão recorrendo a abordagens inovadoras. O número de jovens entre 16 e 25 anos que buscam orientações financeiras no TikTok, por exemplo, dobrou desde 2022, revelando uma tentativa de adaptação e aprendizado em plataformas digitais.
O estudo também aponta um ciclo de problemas: o desemprego agrava a saúde mental, enquanto as dificuldades emocionais complicam a inserção e a permanência no trabalho. Entre os que conseguiram se empregar, muitos relatam “presença física, mas ausência mental”, o que leva a uma perda de produtividade equivalente a um dia de trabalho por semana.