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Quem é Tiü França, autor do atentado em Brasília

Francisco Wanderley Luiz era chaveiro no interior de Santa Catarina e já concorreu a vereador 

A radicalização política, alimentada por discursos de ódio e teorias da conspiração, culminou em um trágico ato de violência em Brasília. Francisco Wanderley Luiz, um homem com um passado discreto como chaveiro e uma breve incursão na política local, transformou-se em um símbolo do extremismo que assola a sociedade brasileira. Sua jornada, marcada por uma crescente obsessão com teorias conspiratórias e um discurso de ódio cada vez mais intenso, culminou em um atentado terrorista que chocou o país.

De chaveiro a candidato a vereador

Natural de Rio do Sul, em Santa Catarina, Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiü França”, tentou iniciar uma carreira política em 2020 ao concorrer como vereador em sua cidade natal, pelo Partido Liberal (PL), mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. A campanha foi discreta e recebeu apenas 98 votos, resultado que não foi suficiente para eleger o chaveiro.

Material de campanha de Tiü França em 2020. Foto: Reprodução X 


Com um patrimônio declarado de R$ 263 mil, incluindo imóveis e veículos, Wanderley levava uma vida aparentemente comum, mas em redes sociais deixava entrever suas opiniões e um crescente radicalismo. Em mensagens públicas, ele criticava abertamente o STF e manifestava seu descontentamento com o Judiciário, chegando a compartilhar ameaças e provocações contra a instituição e figuras públicas

Nas redes sociais, Francisco promovia teorias conspiratórias, incluindo as do movimento QAnon, e frequentemente atacava ministros do STF e figuras políticas brasileiras. O ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL) em 2020, que obteve apenas 98 votos, também vestia roupas semelhantes ao personagem Coringa e havia compartilhado a intenção de “iniciar uma revolução” em 15 de novembro. Ele havia se separado recentemente e apresentava sinais de abalo emocional, segundo pessoas próximas.

Nas redes sociais, Tiü França compartilhava teorias da conspiração – Redes Sociais/ Reprodução/ ND


Além do atentado recente, Francisco já tinha histórico criminal. Em 2012, foi condenado por violência doméstica, cumprindo pena em regime aberto. Em 2021, foi processado por promover aglomerações durante a pandemia, mas fez um acordo com a Justiça para arquivar o caso. Ele também respondia a uma ação por dano ao patrimônio cultural após fixar um banner publicitário em um prédio tombado em Rio do Sul.

Um perfil de radicalização

Embora fosse uma figura desconhecida para a maioria, o histórico de publicações de Francisco Wanderley Luiz revela um indivíduo radicalizado. Ele deixou mensagens ameaçadoras e incendiárias, inclusive alegando ter colocado bombas em propriedades de figuras políticas e jornalistas, e desafiou autoridades a desarmá-las. Em outra postagem, ele aparece no interior do STF com uma legenda enigmática: “Deixaram a raposa entrar no galinheiro”, acompanhada de uma citação bíblica.

Nos últimos anos, a Praça dos Três Poderes tem sido palco de tensões políticas e ideológicas. Desde o governo do ex-presidente Bolsonaro, ataques à Corte Suprema se intensificaram, com ameaças recorrentes, especialmente contra o ministro Alexandre de Moraes. Em resposta, o STF reforçou sua segurança e busca investigar a fundo os ataques recentes.

Francisco Wanderley Luiz morreu no atentado a bomba contra o STF que planejou e executou – Foto: Redes Sociais/ Reprodução



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