Encontro com militares é apontado pela PF como o ponto de partida de um plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes, e organizar um golpe de estado
Uma reunião realizada em 12 de novembro de 2022 na residência do general Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro, está sob investigação da Polícia Federal (PF). No encontro, conforme apurado, teria sido discutido um plano apelidado de “Punhal Verde e Amarelo”, que incluía a execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi revelada pela jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, e confirmada por elementos da investigação.
Os presentes na reunião
A PF aponta que a reunião contou com a presença de militares próximos ao governo Bolsonaro. Entre eles, estavam o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente, e o general de brigada Mário Fernandes, preso nesta terça-feira (19). O major Rafael Martis de Oliveira, conhecido como “Joe”, também figura como um dos participantes do esquema. Mensagens recuperadas do celular de Mauro Cid e outros materiais apreendidos reforçam o envolvimento direto desses nomes na organização do plano.
O encontro e as provas
Conforme os relatos, o encontro teve como objetivo delinear estratégias para viabilizar o plano. Mensagens trocadas após a reunião revelam detalhes do planejamento, como os custos logísticos estimados em R$ 100 mil, incluindo despesas com hospedagem, alimentação e aquisição de materiais. No dia 14 de novembro de 2022, dois dias após o encontro, o major Rafael Oliveira enviou mensagens a Mauro Cid demonstrando entusiasmo: “Vibração máxima! Recurso zero!”. A insistência de Cid para obter uma previsão detalhada de gastos evidencia o nível de organização do grupo.
Além disso, o plano previa o deslocamento de militares de batalhões do Exército em Goiânia e no Rio de Janeiro, consolidando a tentativa de arregimentar mais apoiadores para a execução dos atos.
Prisões e avanço das investigações
A Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal, busca esclarecer o envolvimento dos participantes na conspiração. Além de Mário Fernandes, já foram presos Hélio Ferreira Lima, o major Rafael Oliveira e o policial federal Wladimir Matos. A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão e impôs 15 medidas cautelares autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal.
O caso, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, segue em investigação e não está mais sob sigilo. As evidências sugerem que Braga Netto, anfitrião do encontro, desempenhou um papel central nos planos para um golpe de estado que buscava manter Jair Bolsonaro no poder.
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