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Apenas 7,5% das rodovias brasileiras são consideradas “ótimas”

Pesquisa CNT de Rodovias 2024 avaliou 111.853 quilômetros de vias pavimentadas no Brasil e indicou pequena melhora na qualidade geral

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o SEST SENAT divulgaram a Pesquisa CNT de Rodovias 2024, o estudo mais abrangente sobre a infraestrutura rodoviária do Brasil. Na edição deste ano, o levantamento apontou uma sensível melhora na qualidade geral das rodovias brasileiras. De acordo com a CNT, essa evolução acompanha o recente aumento dos investimentos na área.

A CNT classificou o estado geral das rodovias do País na pesquisa deste ano como ótimo (7,5%); bom (25,5%); regular (40,4%); ruim (20,8%); e péssimo (5,8%). Ao todo, a entidade afirma ter avaliado 111.853 quilômetros de vias pavimentadas públicas e concedidas no Brasil. Desse total, 67.835 quilômetros são estradas federais e 44.018 quilômetros de trechos estaduais.

Segundo a entidade, a metodologia da pesquisa compreende três principais pontos da malha rodoviária: o pavimento, sinalização e geometria da via. O estudo também avalia características variáveis para determinar o estado geral das estradas, como condições do pavimento, placas de sinalização, acostamento, curvas e pontes. No levantamento de 2024, a classificação desses aspectos foi:

ClassificaçãoPavimentoSinalizaçãoGeometria da via
Ótimo31,2%11,6%14,9%
Bom11,9%24,3%19,9%
Regular34,7%40,9%25,3%
Ruim16,3%12,7%23%
Péssimo5,9%10,5%16,9%


Rodovias públicas e privadas

A Pesquisa CNT divulga índices detalhados de acordo com o tipo de gestão das vias. Ela classificou as estradas públicas, que representam 74,8% da extensão analisada, como ótimo (2,7%); bom (20,0%); regular (43,7%); ruim (25,9%); ou péssimo (7,7%).

Por outro lado, as rodovias concedidas à iniciativa privada têm classificações melhores, embora a pesquisa tenha avaliado somente 63,1% da extensão dessas vias. Seja como for, esses trechos receberam as classificações de ótimo (21,4%); bom (41,7%); regular (30,8%); ruim (5,7%); ou péssimo (0,4%).

Redução de pontos críticos

O estudo da CNT também aborda pontos críticos, que abrange situações incomuns nas rodovias que podem representar riscos à segurança dos usuários. Nesse quesito, a pesquisa deste ano apontou uma redução de 7,6% desses eventos, passando de 2.648 ocorrências em 2023, para 2.446 neste ano.

Os “pontos críticos” mencionados no estudo são situações como erosões na pista, grandes buracos no pavimento e quedas de barreiras. Comparando o resultados de 2023 e de 2024, conforme a jurisdição e gestão da rodovia, verificou-se que a redução mais significativa dessas ocorrências aconteceu nas rodovias federais, com uma diminuição de 17,4% desses pontos de risco.

Manutenção das rodovias exige investimento de R$ 100 bilhões

Até final deste ano, o governo brasileiro completará o aporte de mais R$ 10 bilhões para a recuperação das rodovias federais do País. Em 2023, o setor recebeu R$ 14,4 bilhões da União. Portanto, até o momento, o valor total injetado nessa área é 197,4% maior em relação ao último investimento de R$ 8 bilhões, efetuado em 2022.

No entanto, embora esses investimentos já tenham gerado resultados positivos nas estradas, a CNT frisa que a melhoria da infraestrutura de transportes “é um processo de longo prazo que requer constância e comprometimento”. Dessa forma, a partir dos dados obtidos com a pesquisa, a entidade estima que o investimento necessário para a reconstrução, restauração e manutenção das rodovias brasileiras corresponde a R$ 99,7 bilhões.

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