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PF prende lobista e investiga assessores do STJ

Andreson de Oliveira Gonçalves é suspeito de liderar um esquema de venda de decisões judiciais no STJ

A Polícia Federal prendeu preventivamente, nesta terça-feira (26), o lobista e empresário Andreson de Oliveira Gonçalves, suspeito de liderar um esquema de venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e outros tribunais. Além disso, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, incluindo alvos que ocupavam posições estratégicas no STJ.

Entre os investigados estão Daimler Alberto de Campos, chefe de gabinete da ministra Isabel Gallotti, e Rodrigo Andrade, chefe de gabinete do ministro Og Fernandes, ambos afastados de suas funções públicas. Também figura como alvo Márcio José Toledo Pinto, ex-assessor nos gabinetes de Isabel Gallotti e Nancy Andrighi, que já estava afastado devido a um Procedimento Administrativo Disciplinar.

A operação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso. Além de assessores, dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, já afastados de suas funções, tiveram tornozeleiras eletrônicas impostas.

A esposa do lobista, Mirian Ribeiro Gonçalves, também foi alvo de tornozeleira eletrônica. Segundo as investigações, ela teria atuado diretamente em processos nos quais Andreson negociava decisões judiciais.

Investigação revela esquema sofisticado

De acordo com a PF, o grupo operava um esquema envolvendo advogados, empresários, lobistas e magistrados. Andreson é acusado de acessar minutas de decisões antecipadas do STJ e comercializar sua influência com ministros e seus assessores.

O esquema foi revelado após a apreensão do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado no final de 2023, em Cuiabá. No dispositivo, foram encontrados diálogos que indicavam a participação de Andreson em negociações de decisões judiciais no STJ e em tribunais estaduais.

Andreson teria se apresentado como advogado em Brasília, embora não possuísse registro na OAB. Com atuação nos bastidores, ele acumulou um patrimônio milionário, enquanto sua esposa figurava formalmente em processos nos quais o lobista exercia influência.

No fim de outubro, Andreson já havia sido alvo de uma operação por suspeitas semelhantes no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, onde cinco desembargadores foram afastados.

Defesas e próximos passos

A defesa de Andreson Gonçalves declarou que está acompanhando os desdobramentos da operação, mas não se manifestou sobre as acusações. As defesas dos demais envolvidos não foram localizadas.

A nova etapa da investigação busca aprofundar as conexões entre o lobista, assessores e magistrados, ampliando as evidências de um esquema de corrupção sistêmico que pode envolver altos escalões do Judiciário brasileiro.

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