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Presidente da Coreia do Sul enfrenta pressão para renunciar ou por impeachment

Crise política aprofunda-se após tentativa de impor lei marcial e mobilização da oposição

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, está no centro de uma grave crise política que ameaça desestabilizar o país. A situação explodiu após sua tentativa mal-sucedida de decretar lei marcial nesta terça-feira (3), o que provocou uma onda de protestos, paralisações sindicais e um pedido formal de impeachment apresentado por seis partidos de oposição.

Caso Yoon decida renunciar, o processo de impeachment será descartado automaticamente. Nesse cenário, novas eleições presidenciais devem ser convocadas em até 60 dias, conforme estipulado pela Constituição sul-coreana. No entanto, caso o presidente resista, a oposição já está se movimentando para avançar com a moção de destituição.

O processo de impeachment exige a aprovação de dois terços da Assembleia Nacional, que é composta por 300 membros. Atualmente, a oposição e aliados independentes possuem 192 assentos e precisariam de pelo menos oito votos do Partido do Poder Popular, liderado por Yoon, para garantir o avanço da moção.

Se a Assembleia aprovar o impeachment, a questão será levada ao Tribunal Constitucional. Neste momento, porém, o tribunal está desfalcado, com apenas seis dos nove juízes em exercício — abaixo do número mínimo necessário para deliberar sobre o caso. O Parlamento precisaria nomear pelo menos mais um juiz para que o julgamento seja possível. O tribunal teria até seis meses para emitir uma decisão final. Durante esse período, o primeiro-ministro Han Duck-soo assumiria como líder interino.

A pressão aumenta

A tentativa de lei marcial erodiu ainda mais o apoio ao presidente, tanto entre o público quanto dentro de seu próprio governo. Altos funcionários, incluindo seu chefe de gabinete e o ministro da Defesa, já pediram demissão, sinalizando um colapso na base administrativa de Yoon. Além disso, grandes sindicatos do país ameaçam greves contínuas até que o presidente deixe o cargo.

Uma saída negociada?

Há especulações de que Yoon poderia negociar uma redução de seu mandato com a oposição, mas analistas consideram esse cenário improvável. O presidente enfrenta acusações de traição apresentadas pelo Partido Democrata, maior legenda de oposição, aumentando a polarização no debate político.

Enquanto isso, a instabilidade política ameaça afetar não apenas a governabilidade do país, mas também sua economia e posição geopolítica, num momento em que a Coreia do Sul enfrenta desafios internos e regionais significativos.

Com o processo de impeachment previsto para entrar em discussão já nesta semana, o futuro de Yoon Suk Yeol depende de uma série de fatores políticos e legais.

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