MONEY TALKS comenta os desdobramentos do pacote fiscal proposto pelo governo que, junto à medida, enfiou a ampliação da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil. O anúncio foi comemorado pela base governista, mas foi recebido pelo mercado como um grande tiro no pé. Os cortes somariam cerca de R$ 70 bilhões para os próximos dois anos, incluindo mudanças nas regras sobre o salário mínimo e o abono salarial que até 2030 economizariam até R$ 327 bilhões, segundo a Fazenda. Só que a proposta de isenção deve causar um impacto fiscal de R$ 35 bilhões em perda de arrecadação. A opção por ganhar de um lado para perder de outro cria desconfianças desnecessárias. Para complicar a arena, há a taxação mínima de 10% para quem recebe R$ 600 mil ao ano. Nossos debatedores avaliam as animosidades criadas no momento errado, além da repercussão causada no judiciário, que se revoltou contra a redução de supersalários e penduricalhos, com magistrados sugerindo pedidos em massa de aposentadoria para manutenção dos ganhos como direitos adquiridos. Participaram o publisher de MR, Aluizio Falcão Filho, o editor-chefe André Vargas, e o editor Rodrigo Dias.