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Fitch classifica política fiscal do Brasil como arriscada

Movimento adotado pelo BC para ancorar expectativas pode agravar desafio fiscal

A agência de classificação de risco Fitch considerou a estratégia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como politicamente arriscada. Em um cenário de desafios fiscais e monetários, a entidade considera que o Brasil enfrenta dificuldades para equilibrar gastos sociais e estabilidade fiscal.

A estratégia do governo inclui aumentar o deficit no primeiro ano de mandato para suportar gastos sociais, com a expectativa de compensar com aumento de receitas nos anos seguintes. A execução dessa estratégia tem encontrado resistência no Congresso e resultados fiscais abaixo do esperado.

“O forte aperto monetário do Banco Central tem como objetivo ancorar as expectativas em meio às crescentes preocupações do mercado com relação às finanças públicas, mas também agravará o desafio fiscal subjacente”, afirmou a Fitch Ratings.

Para a Fitch, a necessidade de o Banco Central (BC) elevar juros para controlar a inflação, em meio a preocupações com as finanças públicas, agrava o desafio fiscal do Brasil. Isso criaria um ciclo negativo, onde esforços para controlar a inflação podem intensificar as pressões fiscais.

O BC tem elevado a taxa de juros — para 12,25% na última reunião — e indicado mais altas nas próximas decisões. No entanto, a ausência de uma âncora fiscal forte pode aumentar os desafios, já que metade da dívida do Brasil está vinculada à Selic e, portanto, ao déficit fiscal nominal. Essa avaliação da agência de classificação vem em conjunto com um aumento na projeção dos juros, que devem atingir 14,75% em maio de 2025 e superar as expectativas do Global Economic Outlook publicado no início de dezembro pela Fitch.

O pacote de contenção de gastos proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi aprovado pelo Congresso, mas sofreu enfraquecimentos que reduzem a economia esperada para os cofres públicos. Alterações incluíram a proteção de emendas obrigatórias contra bloqueios e a flexibilização no combate a supersalários.

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