É a 13ª oferta em dezembro, somando US$ 33,74 bilhões. A intenção do BC é minimizar a curva de elevação pelo aumento da oferta de dólares

Para conter a alta do dólar desde a abertura do mercado nesta quinta-feira (26), o Banco Central (BC) anunciou um leilão à vista de até US$ 3 bilhões vindos de suas reservas. O movimento era esperado. Antes das 9h15h, a moeda estadunidense operava em elevação de 0,59%, aos R$ 6,1906, perante os R$ 6,1855 no fechamento de segunda (23).

O dólar é motivo de preocupação para a autoridade monetária, pois reflete a piora da percepção do mercado em relação à política fiscal do governo. Em 18 de dezembro, o câmbio atingiu a alta histórica absoluta de R$ 6,26. Foi também a maior elevação em um único dia, desde 10 novembro de 2022 (4,10%), com 2,82%. Naquele dia a bolsa caiu mais de 3%, aos 120.771 pontos, atingindo o menor nível desde o fim de junho. Também foi o maior recuo desde 10 de novembro de 2022 (3,35%).

O choque seguiu a ata do Copom, divulgada um dia antes indicando que a Selic poderá bater 14,25% em março. Foi o que obrigou o BC a intensificar os leilões para minimizar a curva de elevação pelo aumento da oferta de dólares. O atual é o décimo-terceiro desde o início de 1º dezembro, em um movimento que jogou US$ 33,74 bilhões no mercado de câmbio. É a maior injeção em um único mês da história desde a adoção do regime flutuante de câmbio. A recorde anterior foram os US$ 12,05 bilhões vendidos em março de 2020, durante o início da pandemia. Ao longo de 2024 foram US 39,24 bilhões.

Este leilão é de venda direta, que consiste em colocar no mercado recursos das reservas internacionais brasileiras. Ocorreram dez do tipo em 2024. Sua utilização só é adotada em é situações emergenciais. Mais comum, o leilão de linha é feito mediante o compromisso de recompra com dividendos atrelados à Selic. É uma injeção pontual que não altera as reservas. O BC fez seis ao longo do ano.