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Federação de hotéis cobra Tarcísio por virose e arrastões no litoral

Entidade informou que cenário de crise sanitária provoca uma debandada de turistas e graves prejuízos ao setor

A crescente onda de virose na Baixada Santista, a falta de água no litoral norte e os arrastões ocorridos no Guarujá preocupam a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp). A entidade, que representa mais de 500 mil empresas, recebeu relatos de cancelamentos de reservas nesta temporada e teme prejuízos no turismo. Com receio de piora na situação – um ‘apagão’ com a debandada dos visitantes – a entidade oficiou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para que sejam tomadas providências, no sentido de mitigar danos.

Entre os pedidos feitos pela federação está a articulação com autoridades sanitárias estaduais e locais para a adoção de medidas emergenciais e preventivas relacionadas ao surto de virose que afeta sobremaneira, desde meados de dezembro, o litoral sul. De acordo com a Fhoresp, embora este tipo de enfermidade seja mais comum nesta época do ano, há na Baixada Santista um agravamento desproporcional e que se funde a outro problema não menos importante: os arrastões:

“É um combo explosivo: virose em surto e arrastões. É o apagão do nosso litoral. Dias atrás, turistas ainda foram assaltados e baleados no Guarujá. Um, infelizmente morreu. O estado precisa intervir, nas áreas ambiental, sanitária e na segurança pública. Senão, o verão, um dos períodos mais fortes para o turismo, será catastrófico para o setor. Essas ocorrências, afinal, afastam o turista. Sem contar que, muitos hotéis, restaurantes e bares do litoral dependem da alta temporada para sair do vermelho e compensar o baixo fluxo ao longo do ano”, alerta Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp.

O litoral paulista é o destino preferido para as férias de verão e tinha taxa de ocupação esperada de 95% para a virada de ano, segundo a Fhoresp. Sobre a virose, o representante da entidade ainda faz um alerta quanto à confiança do turista para o resto do ano:

“Desde dezembro, milhares de pessoas que passaram pela Baixada Santista procuraram ajuda médica por conta de virose. Mesmo com as subnotificações, que são significativas, os contaminados, entre munícipes e visitantes, abarrotaram postos médicos e farmácias. Não se sabe se este surto está acontecendo por causa da água do mar, ou da água corrente. O problema é isso interferir na opinião do turista. Será que ele vai se sentir seguro em voltar para a Baixada Santista? A imagem do nosso litoral está seriamente comprometida ”, complementa.

Dias antes do Réveillon, moradores e visitantes de Santos-SP, de Praia Grande-SP e de Guarujá começaram a relatar casos de vômito, de dor abdominal e de diarreia. Unidades de Pronto-Atendimento (PA) ficaram super lotadas. Nas farmácias, também foi registrada a falta de remédios para combater os sintomas. A situação teve um pico nos primeiros dias do novo ano e ainda não está controlada:

“Os empresários do Turismo fazem investimentos em equipamentos, contratação de mão-de-obra extra e compram estoques maiores, pois, em regra, vão ter maior demanda nesta época do ano. Agora, o momento é de grande apreensão. Já temos relatos de cancelamentos de reservas, e não somente nos hotéis, mas, também, de locações residenciais de temporada”.

Cobrança

Parlamentares da Baixada Santista também cobraram o Estado sobre os danos causados à saúde dos banhistas. A deputada federal Rosana Valle (PL-SP) acionou o Ministério da Saúde e o Governo do Estado de São Paulo, solicitando reforço no atendimento aos milhares de infectados. Uma das possíveis causas do surto seria o despejo irregular de esgoto em praias da região – possibilidade que ganhou ainda mais força após a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) ter confirmado “um extravasamento de dejetos” na praia da Enseada, no Guarujá.

Já o deputado estadual Tenente Coimbra (PL) cobrou da secretária de Estado de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, Natália Resende, uma investigação minuciosa quanto à existência de possíveis despejos irregulares de esgoto em praias da baixada. Apesar de a Sabesp negar qualquer relação direta entre o vazamento do esgoto e o aumento dos casos de virose no litoral sul, o parlamentar destaca que a possibilidade de causalidade não pode ser descartada sem uma checagem criteriosa.

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