Preços ao produtor contribuíram para a desaceleração do IGP-10 em janeiro, com destaque para a queda dos preços dos alimentos processados
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-10) registrou alta de 0,53% em janeiro, mas em ritmo mais lento que no mês anterior, quando havia avançado 1,14%. Com esse resultado, o índice acumula alta de 0,53% no ano e 6,73% nos últimos 12 meses. Em janeiro de 2024, o IGP-10 havia subido 0,42% no mês, mas apresentava queda acumulada de 3,20% em 12 meses. Os resultados foram divulgados nesta sexta-feira (17) pela Fundação Getúlio Vargas Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE).
“Commodities que pressionaram o IPA no final de 2024 e impulsionaram a inflação ao consumidor começaram a apresentar queda em seus preços. Entre os principais destaques estão soja, bovinos e leite in natura, que figuraram entre as maiores influências negativas no índice ao produtor em janeiro. Em contraste com o comportamento do IPA, o IPC e o INCC mostraram aceleração em relação a dezembro. No IPC, o principal destaque foi o reajuste das mensalidades escolares, enquanto no INCC, a aceleração foi puxada pelo aumento nos custos da mão de obra”, afirma André Braz, economista do FGV IBRE.
Em janeiro, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) desacelerou para 0,57%, registrando recuo expressivo, quando comparado a taxa de 1,54% observada em dezembro. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais retrocedeu para 0,81% em janeiro, após registrar alta de 1,29% em dezembro. Seguindo esse comportamento, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, passou de 1,73% em dezembro para 0,65% em janeiro. A taxa do grupo Bens Intermediários subiu 1,00% em janeiro, superior à do mês anterior, quando registrou taxa de 0,57%. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) subiu 0,80% em janeiro, alta superior a apurada em dezembro, que foi de 0,66%. O estágio das Matérias-Primas Brutas arrefeceu para 0,15% em janeiro, após subir 2,81% em dezembro.
IPC
Em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou taxa de 0,26%, apresentando aceleração em relação ao mês anterior, quando o índice caiu 0,02%. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis apresentaram avanços nas suas taxas de variação: Habitação (-1,57% para -1,08%), Alimentação (1,12% para 1,41%), Vestuário (-0,26% para 1,02%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,11% para 0,47%), Transportes (0,23% para 0,37%) e Educação, Leitura e Recreação (-0,09% para -0,06%). Em contrapartida, os grupos Despesas Diversas (1,02% para 0,32%) e Comunicação (0,06% para 0,05%) exibiram recuo em suas taxas de variação.
INCC
Em janeiro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,74%, valor superior à taxa de 0,42% observada em dezembro. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observa-se aceleração nas suas respectivas taxas de variação na transição de dezembro para janeiro: o grupo Materiais e Equipamentos passou de 0,46% para 0,64%; o grupo Serviços variou de -0,24% para -0,03%; e o grupo Mão de Obra subiu de 0,48% para 0,98%.
(FGV)