Estudo aponta que a resistência tecnológica é impulsionada por custos, hábitos consolidados e percepção de desnecessidade, com disparidades regionais no Brasil
Um levantamento inédito realizado pela Conta Simples, plataforma de gestão de despesas corporativas, em parceria com a Visa, aponta que 39% das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) do Brasil ainda utilizam métodos manuais, como planilhas e cadernos, para controlar a entrada e saída de recursos. O estudo,é intitulado 1º Panorama da Gestão de Despesas Corporativas no Brasil.
Entre os microempreendedores, o índice é ainda maior, atingindo 45%. A resistência em adotar ferramentas tecnológicas é justificada, principalmente, pela percepção de alto custo (44%) e pela praticidade de manter o modelo tradicional (45%), já enraizado no dia a dia dessas empresas.
Outro dado relevante do levantamento é que 65% dos pequenos empresários brasileiros utilizam planilhas como principal ferramenta de controle financeiro, enquanto 52% recorrem a aplicativos e extratos bancários. Além disso, 38% dos entrevistados consideram desnecessário implementar plataformas automatizadas de gestão.
Diferenças regionais e desafios
Nas regiões Norte e Nordeste, a resistência à mudança é ainda mais acentuada: 70% e 67% dos empresários, respectivamente, afirmam que preferem manter os métodos aos quais estão habituados. Já no Sul, o maior desafio é a percepção de inutilidade das plataformas especializadas, apontada por 55% dos entrevistados.
Para Taeli Klaumann, diretora financeira (CFO) da Conta Simples, os números destacam a precariedade da gestão financeira de muitas empresas no país. “Ainda hoje, muitas empresas fazem a gestão de despesas de forma arcaica, o que contribui para decisões tardias e baseadas em dados parciais. A falta de visibilidade em tempo real compromete a tomada de decisões estratégicas”, alerta.
O que pode impulsionar a modernização
A pesquisa identificou os principais fatores que poderiam incentivar os empresários a adotar plataformas de gestão financeira: um bom custo-benefício (49%), uma linguagem simples (39%) e suporte acessível (36%).
O levantamento, realizado pela New Field Research entre novembro e dezembro de 2024, entrevistou 1.524 empreendedores das cinco regiões do Brasil.