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Governo apoia fusão Gol-Azul

Ministro Silvio Costa Filho destacou benefícios para o setor, mas Cade avalia impactos sobre concorrência e tarifas aéreas

Uma eventual fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul poderia fortalecer o setor aéreo brasileiro e evitar que uma delas enfrentasse colapso, afirmou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, em entrevista à Reuters. A declaração sinaliza apoio do governo ao possível acordo entre as duas empresas.

“A prioridade do governo é preservar a aviação no país, fortalecê-la e, sobretudo, garantir a geração de empregos e renda”, disse Costa Filho. “A possibilidade de fusão entre Gol e Azul é positiva para o fortalecimento da aviação brasileira.”

A Azul e a Abra Group, maior acionista da Gol e da Avianca, anunciaram este mês um memorando de entendimento não vinculante para combinar as operações no Brasil. Caso concretizada, a fusão criaria uma gigante no setor aéreo da América Latina, com cerca de 60% do mercado doméstico — superando a concorrente Latam, que detém 40% de participação.

Preocupações regulatórias

A alta concentração de mercado gerada pela fusão levantou preocupações sobre concorrência e possíveis aumentos nas tarifas aéreas. Jerome Cadier, presidente-executivo da Latam, afirmou ao jornal O Globo que a operação demandaria “medidas de mitigação sérias” por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Gesner Oliveira, ex-presidente do Cade, também demonstrou ceticismo, afirmando que uma concentração dessa magnitude prejudicaria o consumidor. “Precisamos de mais competição, não de menos”, disse ele.

Apesar disso, o ministro Costa Filho defendeu a proposta, argumentando que a fusão fortaleceria as empresas, preservaria empregos e ampliaria a conectividade regional, sem necessariamente elevar os preços das passagens.

“O que eu posso garantir é que o Cade adotará todas as medidas necessárias para proteger os consumidores”, disse Alexandre Barreto de Souza, superintendente-geral do Cade, à CNN Brasil. Ele afirmou que o órgão fará uma análise detalhada das condições concorrenciais, com conclusão prevista para o início de 2026.

Impactos para o setor aéreo

O setor aéreo latino-americano ainda enfrenta desafios financeiros herdados da pandemia de covid-19. A Gol está em recuperação judicial nos Estados Unidos desde o ano passado, enquanto a Azul recentemente negociou com arrendadores para eliminar dívidas em troca de participação acionária.

Segundo Costa Filho, a fusão possibilitaria ganhos de escala, o que poderia reduzir custos operacionais e, eventualmente, tarifas aéreas. Ele relatou discussões com os presidentes das companhias sobre os preços de passagens. “Eles preferem ganhar na quantidade, não no preço. Isso pode até levar a uma redução nas tarifas”, disse o ministro.

Apoio do governo federal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha de perto as negociações, revelou uma fonte próxima ao governo. Lula apoia o acordo, considerando essencial evitar a perda de uma companhia aérea nacional. Segundo o memorando de entendimento, Azul e Gol continuariam operando como marcas separadas, apesar de pertencerem à mesma controladora.

John Rodgerson, presidente da Azul, afirmou que as empresas apresentaram suas propostas diretamente ao governo, reforçando o compromisso com o crescimento do setor. “A solução para preços altos é aumentar a capacidade”, destacou.


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