Alegações colocam em xeque os feitos da starup chinesa que causou uma queda bilionária no mercado de tecnologia. App foi banido na Itália
A disputa entre DeepSeek e big techs dos Estados Unidos ganhou mais um capítulo: a OpenAI, criadora do ChatGPT, alega que seus modelos foram usados de forma indevida pela empresa chinesa para treinar a nova IA. Segundo o portal Financial Times, a OpenAI teria informado que possui evidências de “destilação”, uma prática no qual uma empresa desenvolve um modelo de IA menor usando a tecnologia de um modelo maior para ter resultados parecidos sem gastar tanto, e acredita que tenha sido praticada pelos desenvolvedores da startup chinesa.
De acordo com reportagem da Bloomberg, a OpenAI e a Microsoft identificaram a prática no ano passado e começaram a investigar o caso. A destilação é uma prática que pode ocorrer no meio de IA, mas usar a tecnologia para construir outro modelo concorrente seria uma violação dos termos de serviço da OpenAI — empresas até podem usar a API da criadora do ChatGPT na construção de novas IAs, mas precisam pagar por isso.
A criadora do ChatGPT não trouxe mais informações sobre as evidências mencionadas, mas emitiu uma nota oficial para reforçar a necessidade de proteger a propriedade intelectual da empresa e trabalhar com o governo dos EUA para garantir medidas de segurança para tecnologia das companhias estadunidenses diante de competidores estrangeiros.
O comunicado não menciona o DeepSeek, mas faz um alerta para empresas localizadas na China. “Nós sabemos que empresas localizadas na China – e outros lugares – estão constantemente tentando destilar os modelos de empresas estadunidenses líderes de IA. Como a desenvolvedora principal de IA, nós engajamos em medidas protetoras para defender nossa propriedade intelectual, incluindo um processo cauteloso para incluir capacidades de fronteira nos modelos lançados, e acreditamos, à medida que avançamos, que é extremamente importante trabalharmos em estreita colaboração com o governo dos EUA para melhor proteger os modelos mais capazes dos esforços dos adversários e concorrentes para tomar a tecnologia dos EUA”, informou a nota.
Itália já barrou app
O aplicativo não está mais disponível para download nas lojas da Apple, a App Store, e do Google, a Play Store, na Itália. A Autoridade de Proteção de Dados Pessoais da Itália (Garante) fez uma série de questionamentos sobre “dados pessoais são coletados, de quais fontes, para quais finalidades, qual a base legal para o tratamento e se esses dados são armazenados em servidores localizados na China”.
“A notícia da retirada do aplicativo foi há apenas algumas horas, não posso dizer se é devido a nós ou não”, disse o chefe do regulador de dados italiano, Pasquale Stanzione, segundo a agência de notícias ANSA.
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