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PF investiga Marconi Perillo (PSDB) por desvios na Saúde de GO

Presidente nacional tucano e ex-governador do Goiás é um dos principais alvos. Operações bancárias suspeitas apontam para seu ex-secretário

Uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (6) busca ampliar as provas do funcionamento de um esquema de corrupção na Secretaria de Saúde de Goiás, durante as duas gestões de Marconi Perillo (2012-2018), atual presidente nacional do PSDB. A 11ª Vara Federal determinou o sequestro de mais de R$ 28 milhões dos investigados – cujos nomes não foram divulgados até a publicação desta reportagem. Batizada de Operação Panaceia, em alusão à deusa grega da cura.

O esquema envolveria preços abusivos nos repasses para organizações sociais que atuaram na gestão de obras em unidades de saúde durantes os dois mandatos estaduais. A principal delas é o Instituto Gerir, que transferiria valores para integrantes do governo. A entidade subcontratava empresas ligadas a políticos e aos seus próprios administradores para realizar os serviços que deveria prestar. Em nota, Marconi Perillo declarou ser inocente e disse ser vítima de uma “armação”.

Já fui vítima de outras `operações´ encomendadas, quando todos os meus sigilos e os de minha família foram devassados […] Não encontraram e não encontrarão nada contra mim. Nunca fiz o que narram. Só se fabricarem; criarem factoides”, afirmou Perillo, alegando ser alvo de uma ação persecutória para constrangê-lo politicamente e tentar calá-lo.

Antônio Faleiros Filho

De acordo com a PF, um dos principais beneficiário seria Antônio Faleiros Filho, ex-secretário de Saúde, um dos homens fortes de Perillo. O ex-governador e atual presidente do PSDB é um dos alvos dos dez mandatos de busca e apreensão cumpridos em Goiânia e um em Brasília.

Apesar de os nomes dos investigados ainda não serem divulgados, é sabido que Perillo e Faleiros Filhos foram procurados. Além do desvio de recursos, a polícia investiga crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de capitais. A Receita Federal e a Controladoria-Geral da União participam da operação.

Consultado, o governo estadual destacou, em nota, que os fatos investigados não têm qualquer relação com a atual gestão, para a qual a organização social alvo da apuração nunca prestou serviços. “Além disso, foram implementados a partir de 2019 controles internos para garantir a transparência na aplicação dos recursos públicos em todas as áreas, com o objetivo de impedir desvios e assegurar o uso correto do dinheiro público”.

Confira trecho da nota de Marconi Perillo

“Eles sabem da minha inocência e idoneidade. Não encontraram e não encontrarão nada contra mim. Nunca fiz o que narram. Só se fabricarem. Criarem factoides. Mas agora extrapolaram todos os limites e com extrema crueldade. Estão fazendo uma operação por supostos “fatos” acontecidos há 13 anos”.

CGU

Também em nota, a CGU acrescentou que vem investigando os “indícios de fraudes e irregularidades” na gestão de dois hospitais públicos estaduais desde 2019, quando a PF recebeu “informações anônimas” sobre o caso. “A partir das análises, realizadas em parceria com a PF, foi verificado que a OS adotou, como modus operandi, a terceirização generalizada das atividades, firmando contratos com objetos genéricos, sem definição de quantitativos e especificações dos serviços a serem prestados, o que tornou impraticável a fiscalização da execução dos contratos de gestão” firmados pela secretaria estadual de Saúde.

Ainda de acordo com a CGU, “isso favoreceu a realização de pagamentos sem a adequada medição, conforme observado nas notas fiscais e demais documentos extraídos do sistema de prestação de contas [governamental]”. Segundo a CGU, a organização social investigada recebeu mais de R$ 900 milhões em recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).

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