O mercado de ações não reagiu bem ao resultado da última pesquisa do Datafolha, divulgado na segunda-feira (10). O índice registrou queda de 2,33% nesta terça (11), fechando aos 74.657 pontos. O dólar subiu aproximadamente 1,50% e fechou o dia em R$ 4,15, chegando a se aproximar dos R$ 4,18 durante o pregão. As cinco ações mais negociadas do dia fecharam em baixa: preferenciais da Petrobras (-3,95%), ordinárias da Petrobras (-2,79%), Vale (-1,18%), Itaú Unibanco (-3,44%) e Bradesco (-3,01%).
Para Rafael Passos, analista da Guide, o pessimismo dos investidores reflete três fatores verificados pelo Datafolha: o crescimento dos candidatos de esquerda, a alta rejeição a Jair Bolsonaro (PSL) e a dificuldade de Geraldo Alckmin (PSDB) em decolar nas pesquisas: “Tirando Marina Silva (REDE), as principais candidaturas viram suas intenções de voto crescer, com destaque para Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT)”, afirmou. “Alckmin continua com um desempenho muito tímido, mesmo tendo bastante tempo de TV, e Bolsonaro é derrotado em todos os cenários de segundo turno.”
Segundo Passos, os investidores já consideram alta a probabilidade de candidatos refratários às reformas econômicas defendidas pelo mercado – como Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT) – ganhar a eleição. Bolsonaro, visto com mais simpatia após passar a defender a pauta reformista – a despeito de suas posições mais estatizantes no passado –, é considerado nome certo no segundo turno, mas seus altos índices de rejeição dificultam uma eventual vitória. O mercado havia interpretado que o atentado sofrido pelo candidato, na quinta (6), prejudicaria a esquerda e diminuiria a rejeição ao seu nome, mas isso não foi confirmado pelo Datafolha.