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De seringueiro a magnata das farmácias

A inspiradora jornada de “Edson” José de Oliveira Cruz, que venceu a pobreza no Acre para faturar R$ 168 milhões anuais com uma rede de 36 unidades associadas direta e indiretamente à Farmarcas

Criado no interior de Tarauacá, a quase 400 quilômetros da capital do Acre, José de Oliveira Cruz, 50 anos, é o improvável criador do Grupo J Cruz. O negócio reúne 36 farmácias na capital de Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Brasiléia, Tarauacá e Quinari, sob as bandeiras Farmácia do Consumidor (15 unidades) e Ultra Popular (21), a última da rede Farmarcas, além da Hoje Cosmetics e da Hoje Distribuidora – e negócios ligados à sustentabilidade. Um feito para quem veio de uma existência precária, trabalhou em seringais e, desde o início da vida adulta, perseverou. Primeiro atrás de balcões, até criar uma empresa consolidada, que inaugura novas unidades nos ditos rincões do Brasil, onde os analistas econômicos mal supõem o que acontece, muito menos como se progride.

Conhecido como Edson Cruz, ele diz que sua verdadeira fortuna está no impacto que exerce sobre as pessoas. O nome virado em apelido é da infância, tanto que alega sequer lembrar como surgiu. Assim, Edson virou a persona pública de José, dono do maior grupo de saúde e beleza no estado do Acre, com faturamento anual de R$ 168 milhões. Figura fácil em convenções do setor, ele quer abrir mais 15 unidades em 2025 e, em poucos anos, atingir uma movimentação anual próxima dos R$ 350 milhões.

Raízes humildes, sonhos grandiosos

A infância transcorreu em uma casa sem energia elétrica. Aos 9 anos, a família mudou para Tarauacá em busca de oportunidades. Ali as dificuldades financeiras ficaram claras e a vontade de vencer ganhou o impulso da necessidade. Afinal, se outros tinham uma vida melhor, o que lhe impediria?

Aos 15, Edson foi trabalhar em uma mercearia. O salário miúdo ajudava no sustento da casa. Mas ele queria mais. Munido de coragem, esperança e um teto na casa da avó, pegou carona de caminhão para Rio Branco. “Queria mais oportunidades, então fui atrás”, lembra.

Na capital, fez o que dava. Quando não havia trabalho de servente de pedreiro, ia para a mata extrair látex, a principal matéria-prima da borracha natural – atividade solitária e cercada dos riscos. De olho em qualquer chance, conseguiu emprego em uma pequena farmácia no bairro popular Aeroporto Velho. Mesmo sem suspeitar, foi ali que sua vida começaria a mudar.

Tudo começou com duas portinhas no bairro de Aeroporto Velho, em 1994

O primeiro passo

O proprietário reconheceu o potencial do jovem e, em 1994, lhe ofereceu a oportunidade de adquirir o estabelecimento. Como não tinha os então US$ 5,4 mil necessários, tampouco quem lhe emprestasse, parcelou a compra a perder de vista. O dinheiro extra que entrava era abatido do montante. Como Edson tinha 19 anos, o negócio teve que ficar em nome de um irmão mais velho até que completasse 21. “Foi um grande desafio, mas agarrei com todas as forças”, relembra. É nessa hora que o personagem empreendedor Edson dá lugar a um José de voz embargada.

Nascia ali a Droga Nossa, embrião do que mais tarde se transformaria na Drogaria Popular, o primeiro degrau de sua escalada. Edson expandiu e diversificou sua rede, com a farmácia assumindo as cores da marca Ultra Popular, enquanto tocava também a Farmácia do Consumidor.

Edson quando ainda atendia no balcão, em Rio Branco (AC)

A parceria que impulsionou o crescimento

Há oito anos ligado à Farmarcas, ele destaca a transformação trazida pela parceria com a rede associativista – o que não teria ocorrido se não trabalhasse direito, tivesse escolhido bem os pontos e contasse com uma clientela firme. “Foi um divisor de águas. As ferramentas ajudaram a impulsionar nossas vendas, aumentar a rentabilidade e fortalecer a fidelização”, afirma.

Só a mais recente campanha ampliou o volume de vendas em 10% logo de saída, mediante premiações aos consumidores assíduos. “Isso reforça a importância de estratégias bem estruturadas para consolidar a Ultra Popular no mercado local”, destaca. O engajamento da equipe também fez a diferença. O resultado foi tão positivo que o coordenador regional conquistou o prêmio mais desejado para o brasileiro médio: uma casa própria.

O que MR publicou

Carbono

Edson não se contentou em fincar os pés como empresário varejista. Em dezembro, começou a operar uma usina solar com mais de 12 mil placas fotovoltaicas para abastecer a rede. “A energia elétrica tem um custo muito alto. Vi nessa solução uma forma de reduzir despesas e contribuir para a sustentabilidade“, explica.

Além disso, desenvolve um projeto de créditos de carbono, com 6,2 mil hectares de terra em fase de homologação. “Quero que ter impacto positivo no meio ambiente”, enfatiza, mostrando ao público local que é possível conciliar sucesso empresarial com responsabilidade social e ambiental.

A família, o alicerce

Edson faz questão de destacar o papel fundamental da família em sua trajetória. “Meu pai, que não sabe ler nem escrever, trabalha comigo até hoje. Ele me ensinou valores que carrego na gestão do negócio”, conta. Sua esposa também desempenha um papel crucial na empresa.

O aprendiz

Para aprimorar conhecimentos e melhorar a gestão, Edson hoje cursa Farmácia. Seus planos incluem a continuação da expansão das lojas e o fortalecimento dos investimentos sustentáveis. “Não quero apenas vender remédios, quero transformar vidas, gerar empregos e fazer a diferença. Sei que ainda há muito a ser feito”.

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Comentários

Uma resposta

  1. Edson, persona empreendedora do segmento varejo farmacêutico, acreditou e hoje segue firme no modelo de negócios associativista, idealizado pela Febrafar/Farmarcas. Parabéns Edson.

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