Boletim de MONEY REPORT sobre questões ambientais, sociais e de governança no mundo dos negócios
Brasil pode ganhar US$ 430 bi com economia verde
Um estudo do Instituto AYA indica que a transição para uma economia de baixo carbono pode adicionar entre US$ 230 bilhões e US$ 430 bilhões ao PIB do Brasil até 2030, impulsionando os setores de biocombustíveis sustentáveis, minerais críticos, biosaúde, economia circular e infraestrutura climática. Com vastos recursos naturais e matriz energética renovável, o país tem potencial para liderar essa transformação verde, gerando empregos e crescimento econômico sem comprometer a preservação ambiental. Além disso, o mercado de carbono surge como uma oportunidade estratégica para monetizar a conservação da biodiversidade e impulsionar a economia sustentável.
VW e Audi adiam fim dos carros a combustão
Volkswagen e Audi reconsideram seus planos de eliminar os carros a combustão interna com derivados de petróleo na Europa, adiando suas metas de eletrificação devido à queda nas vendas destes modelos. Ambas as montadoras haviam prometido se tornar 100% elétricas até 2033, mas agora enfrentam dificuldades. Embora o mercado convencional ainda seja rentável, há risco de desperdiçar investimentos, especialmente diante de uma possível proibição de carros a combustão interna na União Europeia, a partir de 2035.
_____________________________________________________
______________________________________________________
Amazonbai triplica faturamento com exportação de açaí em pó
A cooperativa Amazonbai, do Amapá, triplicou seu faturamento em 2024, alcançando R$ 2 milhões, impulsionada pela exportação de açaí liofilizado para Estados Unidos e Europa. A venda de açaí em pó, com maior valor agregado e menos exigências logísticas, representou 33% da receita, enquanto também foram comercializadas 138,8 toneladas de polpa. Com o apoio do Fundo JBS pela Amazônia, a empresa investe na sustentabilidade e no manejo florestal certificado, além de buscar expandir sua produção e exportação. O modelo de cooperativismo sustentável também fortalece a participação feminina e o engajamento das comunidades locais, incluindo parcerias com povos indígenas.
Câmeras de smartphones para avaliar azeites
Uma pesquisa de doutorado da Universidade Federal de Lavras (UFLA) propõe uma abordagem inovadora para avaliar a qualidade de azeites de oliva. Câmeras de smartphones podem medir parâmetros como acidez mediante a captura de imagens das soluções resultantes de reações químicas, que variam conforme os índices de qualidade. Para tanto, bastaria baixar um aplicativo gratuito que usa modelos matemáticos. Assim, o processo se tornaria mais sustentável, econômico e rápido. Os resultados se mostraram precisos e podem transformar a indústria de azeites.
Engie recicla 2,9 mil toneladas de painéis solares em tempo recorde
Os 100 mil painéis do Conjunto Fotovoltaico Paracatu (MG), operado pela Engie Brasil Energia, foram reciclados em parceria com a startup SunR. O prazo inicial era de três anos, mas as 2,9 mil toneladas de peças contendo vidro, alumínio e metais foram reconfiguradas em apenas 12 meses, o que tornou toda a operação mais sustentável.
______________________________________________________
______________________________________________________
Avançamos, mas a desigualdade de gênero segue gritante
Apesar dos progressos nas políticas de equidade de gênero no Brasil, um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que persistem desigualdades significativas entre homens e mulheres, especialmente em participação econômica, política e enfrentamento à violência. O estudo destaca retrocessos institucionais desde 2015, agravados pela pandemia, com redução de investimentos e comprometimento de programas de proteção e promoção dos direitos das mulheres. A criação do Ministério das Mulheres, em 2023, é vista como um passo positivo, mas é enfatizada a necessidade de políticas públicas transversais, maior governança e envolvimento do setor privado e da sociedade civil.
Empresas usam ESG para avaliar fornecedores
A adoção de critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) para avaliar fornecedores tem se intensificado nos últimos anos, com cerca de 23% das empresas brasileiras utilizando tais parâmetros, revela o Panorama ESG Brasil. Essa tendência é impulsionada por pressões regulatórias, exigências do mercado financeiro e demandas dos consumidores por maior transparência. Especialistas afirmam que fornecedores que adotam práticas sustentáveis, como gestão de resíduos, eficiência energética e governança transparente, não só garantem conformidade com regulamentações, mas também fortalecem sua posição no mercado, obtendo vantagens competitivas. Empresas que relutarem correm riscos de exclusão de grandes cadeias produtivas e sanções regulatórias.
