A regra dos US$ 10 mil também foi uma forte propulsora para a valorização

A Angara, joalheria especializada em gemas coloridas, nasceu da visão estratégica de Aditi e Ankur Daga, que transformaram um mercado dominado por diamantes incolores em uma oportunidade de personalização em escala.

O casal, com raízes familiares na indústria joalheira da Índia, enxergou nos Estados Unidos um mercado saturado por peças padronizadas e apostou na diferenciação como caminho para o sucesso. Após um início desafiador focado em diamantes, a empresa encontrou sua verdadeira vocação, ao retornar ao plano original de oferecer joias personalizáveis com pedras preciosas coloridas.

Essa mudança catapultou a Angara ao seu patamar atual de 350 funcionários, 10 escritórios globais e um faturamento anual de aproximadamente 100 milhões de dólares. As informações foram retiradas de Entrepreneur Magazine.

Regra dos 10 mil dólares

A ascensão da empresa não foi obra do acaso.

Desde o início, os Dagas adotaram estratégias financeiras rigorosas para testar e validar ideias antes de escalar. Um exemplo disso é a “regra dos 10 mil dólares”, que estabeleceu um teto para investimentos em novas iniciativas.

Se um experimento falhasse, o prejuízo era controlado, e a empresa poderia rapidamente redirecionar seus recursos para outras oportunidades. Esse método permitiu que a Angara ajustasse seu modelo de negócios sem comprometer sua saúde financeira, um diferencial essencial para qualquer empresa que deseja crescer de forma sustentável.

Regra dos 30 minutos

Outro pilar financeiro fundamental foi a rápida adaptação ao mercado.

A empresa desenvolveu uma abordagem de personalização eficiente, categorizando seus produtos em diferentes faixas de qualidade — “bom”, “melhor”, “excelente” e “top de linha” — e reduzindo um processo que antes levava seis meses para apenas 24 a 72 horas.

Essa inovação elevou a taxa de conversão e tornou a empresa lucrativa em apenas três meses após a mudança de estratégia. A capacidade de otimizar processos, ao mesmo tempo em que investe de forma inteligente, é um aprendizado valioso para qualquer empreendedor que busca crescimento sustentável.

Além das finanças corporativas aplicadas ao negócio, os Dagas também desenvolveram estratégias para equilibrar a relação entre vida pessoal e profissional. A “regra dos 30 minutos”, por exemplo, limita as discussões sobre trabalho a meia hora fora do expediente, evitando o desgaste da dupla como casal e cofundadores.

Embora pareça uma decisão simples, essa disciplina organizacional contribui diretamente para a eficiência operacional da empresa, garantindo que ambos estejam focados em suas áreas de atuação sem interferências desnecessárias.

Rumo ao bilhão

A divisão clara de funções dentro da Angara também reforça essa eficiência. Aditi lidera as áreas de design, experiência do cliente e merchandising, garantindo que cada joia entregue tenha um toque especial, desde a embalagem até a fragrância que acompanha o produto.

Já Ankur assume a parte analítica e financeira, garantindo que cada decisão esteja alinhada com as metas da empresa. Essa separação bem definida de responsabilidades evita redundâncias e permite que a empresa opere de maneira enxuta e altamente eficaz.

Olhando para o futuro, a Angara aposta na inteligência artificial para aprimorar ainda mais a personalização de suas joias, possibilitando que clientes descrevam um design único e vejam sua ideia ganhar forma rapidamente. A interseção entre tecnologia e finanças continuará sendo um diferencial competitivo para a marca, que projeta se tornar um negócio bilionário nos próximos cinco anos.

Gestão financeira inteligente

A trajetória da Angara destaca como uma gestão financeira inteligente, combinada com inovação e disciplina operacional, pode transformar uma ideia de nicho em um negócio muito rico.

Para empresas que desejam crescer de maneira sustentável, as lições deixadas pelos Dagas são claras: testar antes de escalar, tomar decisões baseadas em dados e estruturar a governança do negócio para garantir um crescimento sólido e duradouro.

Por Pedro Consoli

Publicação original: https://exame.com/negocios/a-empresa-desse-casal-vai-faturar-us-1-bilhao-por-causa-dessa-regra-dos-30-minutos/