Boletim de MR sobre medicina, pesquisa, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas
Saúde metal de adolescentes piora se o sedentarismo superar 3 horas diárias
Adolescentes que passam mais de três horas por dia envolvidos em comportamentos sedentários apresentam mais risco de enfrentar sofrimento psicológico no futuro, aponta estudo publicado no Journal of Adolescent Health. Por outro lado, o tempo moderado de exposição a telas (entre 60 e 119 minutos por dia) investido em atividades educacionais, como fazer o dever de casa ou assistir às aulas, foi considerado um fator “protetor”, associado a menor sofrimento mental. Cada vez mais os estudos têm demonstrado que os efeitos do sedentarismo não se limitam apenas ao corpo físico, mas promovem impactos também na saúde mental, com aumento de sentimentos relacionados a ansiedade e depressão, por exemplo. O trabalho, realizado no Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King’s College London, no Reino Unido, analisou informações de 3.675 adolescentes que integram o Millennium Cohort Study, projeto que acompanha crianças nascidas entre os anos 2000 e 2002 e mantém uma ampla base de dados.
Ambiente é mais importante que genes em casos de morte precoce
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O ambiente é cerca de 10 vezes mais importante que os genes para explicar por que algumas pessoas têm maior risco de morte prematura do que outras. O estudo é baseado em uma análise de informações de quase 500 mil participantes no banco de dados do BioBank do Reino Unido, incluindo respostas a questionários, bem como dados sobre mortes e doenças que ocorreram depois que as pessoas foram inscritas. Especialistas afirmam que o trabalho destaca a importância do “expossomo” – o conjunto de exposições ambientais que encontramos na vida, desde nossas condições de vida até se fumamos – para a saúde, incluindo como envelhecemos e por que desenvolvemos doenças crônicas relacionadas à idade.
Óculos de sol são reprovados em teste na USP
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A radiação solar ultravioleta está entre as causas de uma série de doenças oculares, incluindo catarata e um tipo de inflamação das córneas (fotoceratite), que podem ser retardadas ou prevenidas com o uso de proteção aos raios UV, sendo os óculos de sol os acessórios mais populares para essa função. Porém, pesquisa publicada na revista Research on Biomedical Engineering faz um alerta ao revelar falhas nessa proteção. O estudo analisou a eficácia de 12 modelos de óculos de sol e mostrou que apenas um deles atendia aos limites de segurança para exposição à radiação ultravioleta estabelecidos pela Comissão Internacional de Proteção Contra Radiação Não Ionizante (ICNIRP, na sigla em inglês). Pesquisadores do Laboratório de Instrumentação Oftálmica da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) mostraram que as lentes não atendem a pelo menos um dos limites de segurança definidos nas normas e, com o tempo, perdem parte de sua capacidade de bloquear a radiação UV, aumentando os riscos de danos oculares. Apenas uma lente se revelou “ótima” porque bloqueou completamente a radiação mesmo após passar pelo teste de envelhecimento, que contou com a simulação de 2,5 mil horas de exposição ao sol. A pesquisa não cita as marcas dos óculos.
O que MR publicou
Apenas não vacinados contraíram febre amarela em SP
O Governo de São Paulo reforçou nesta semana a importância da vacinação contra a febre amarela. O estado registrou 15 casos da doença em humanos – nenhum deles estava vacinado – , e nove evoluíram para óbito. A imunização é a medida mais eficaz de proteção contra a doença. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, os casos registrados aconteceram em grupos de pessoas que estavam em áreas de mata – aqueles que estavam vacinados não se contaminaram. O Estado já recebeu do Ministério da Saúde 2 milhões de doses adicionais da vacina contra a febre amarela para a imunização.
Brasileiros encontram novo coronavírus sul-americano
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Pesquisadores de São Paulo e do Ceará, em parceria com a Universidade de Hong Kong, descobriram uma nova variante do coronavírus em morcegos, semelhante ao causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers, em inglês). É o primeiro caso na América do Sul. A descoberta foi publicada no Journal of Medical Virology, dos Estados Unidos. Os pesquisadores encontraram sete coronavírus em amostras de cinco morcegos investigados pelo Laboratório Central de Saúde do Ceará (Lacen), em Fortaleza. Os animais são de duas espécies diferentes, sendo uma insetívora e outra frugívora, que se alimenta de frutas, verduras e legumes. Nessa etapa da pesquisa não é possível afirmar que o novo coronavírus pode infectar humanos. Embora apresente algumas características semelhantes à covid, a Mers não é considerada uma doença de alto risco para a população mundial, tendo chances pequenas de evoluir para o estágio pandêmico. O coronavírus causador da Mers foi descoberto em 2012, na Arábia Saudita, tendo provocado à época mais de 800 mortes, com ocorrências em 27 países.
SUS incorpora vacina contra vírus sincicial respiratório
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O Ministério da Saúde vai incorporar ao Sistema Único de Saúde (SUS) duas tecnologias para prevenir complicações causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções respiratórias graves em bebês, incluindo quadros de bronquiolite. Trata-se do anticorpo monoclonal nirsevimabe, indicado para proteger bebês prematuros e crianças de até 2 anos de idade nascidas com comorbidades, e da vacina recombinante contra os vírus sinciciais respiratórios A e B, aplicada em gestantes para proteger o bebê ao longo dos primeiros meses de vida. Estudos apresentados à Conitec mostram que a vacina para gestantes pode prevenir aproximadamente 28 mil internações anuais.
85% dos profissionais relacionam as doenças emocionais à carreira
O estudo Saúde Mental, realizado pelo Instituto QualiBest, mostra que 85% dos profissionais acredita que o mercado de trabalho contribui, de alguma forma, para o surgimento de doenças emocionais. Para 34% dos participantes, o trabalho foi diretamente responsável por questões emocionais em suas vidas. O levantamento revela que os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento dessas doenças emocionais são: a sobrecarga de tarefas (41%), a baixa remuneração (37%) e a falta de empatia das empresas quando um profissional enfrenta problemas pessoais (34%). Por outro lado, ações como uma boa remuneração (48%), apoio psicológico (37%) e investimento em capacitação e especialização dos funcionários (29%) são vistas como positivas pelos trabalhadores, fortalecendo a relação com a empresa. O estudo online ouviu 4.087 internautas, entre homens e mulheres acima de 16 anos de todas as classes sociais.
IA e tecnologia 3D em cirurgias de cabeça e pescoço são temas da Jornada Internacional de Medicina
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Os avanços tecnológicos vêm revolucionando a Medicina no Brasil e no mundo. Com isso, inteligência artificial, técnicas tridimensionais e robótica se tornaram grandes aliadas na área da saúde, garantindo precisão, qualidade e otimização em diagnósticos e cirurgias. Estes e outros temas serão abordados na 2ª Jornada Médica Internacional, que trará, entre os palestrantes, os neurocirurgiões Cezar José Mizrahi, de Israel, e André Guelman Gomes Machado, dos Estados Unidos – considerados referências em suas áreas de atuação. O congresso acontece entre 12 e 14 de março, em Erechim (RS).