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Moraes libera vídeos da delação de Mauro Cid; veja trechos

Gravação revela detalhes sobre suposta trama golpista e envolvimento de Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, retirou nesta quinta-feira (20) o sigilo dos vídeos da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os depoimentos, colhidos pela Polícia Federal (PF) no ano passado, já haviam sido transcritos e tornados públicos na quarta-feira (19), mas as gravações ainda estavam sob sigilo.

Nos vídeos, Cid fornece detalhes sobre a suposta tentativa de golpe de Estado e aponta diretamente a participação de Bolsonaro. A divulgação ocorre um dia depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar o ex-presidente e outras 33 pessoas por envolvimento em uma trama para manter Bolsonaro no poder após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

Caso a denúncia seja aceita pelo STF, Bolsonaro se tornará réu e passará a responder a um processo penal. Os crimes pelos quais ele foi denunciado incluem liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Os principais trechos da delação

Nos vídeos divulgados, Mauro Cid descreve vários episódios que indicam uma tentativa de interferência nas eleições e nos poderes da República:

  • Pressão sobre o ministro da defesa: Cid relata que Bolsonaro pressionou o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, para que um relatório apontasse fraudes inexistentes no sistema eleitoral. Segundo Cid, a pressão resultou em um documento que apenas questionava a auditabilidade das urnas, sem comprovar qualquer irregularidade.
  • A “chama acesa” da resistência: O ex-ajudante de ordens afirmou que Bolsonaro mantinha vivo o discurso de fraude eleitoral mesmo sem provas, incentivando apoiadores a questionarem o resultado das eleições e a esperarem uma reviravolta.
  • Monitoramento de Alexandre de Moraes: Segundo Cid, Bolsonaro ordenou o monitoramento de Moraes, tarefa que teria sido atribuída ao coronel do Exército Marcelo Câmara.
  • Uso de recursos do PL: O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil, teria sugerido o uso de dinheiro do Partido Liberal (PL) para financiar a trama golpista.
  • Gastos com motociatas e venda de joias: Cid também revelou que as motociatas promovidas por Bolsonaro foram financiadas com cartão corporativo. Além disso, afirmou ter sido encarregado de avaliar e vender as joias recebidas pelo ex-presidente da Arábia Saudita.
  • Financiamento de apoiadores do golpe: Em um dos trechos dos vídeos, Moraes lê uma mensagem de WhatsApp extraída do celular de Cid que menciona um grupo de financiadores da suposta tentativa de golpe. A mensagem faz uma analogia entre dinheiro arrecadado e a expectativa por um “churrasco”, indicando que empresários do agronegócio estavam cobrando ações para a efetivação da tomada do poder.
  • Participação do general Braga Netto: O ex-ajudante afirmou que Braga Netto gravou vídeos incentivando apoiadores a continuarem mobilizados e esperarem um possível golpe. Segundo Cid, o general acreditava que poderia haver adesão das Forças Armadas caso a mobilização popular se mantivesse intensa.

Confira alguns dos trechos em vídeo, divulgados pela GloboNews:


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