Em um momento de tensão, o presidente da Argentina, Javier Milei, foi interrompido por seu assessor durante uma entrevista para explicar o escândalo envolvendo a criptomoeda $LIBRA, o que provocou perdas para investidores desavisados. O registro foi considerado a Imagem da Semana pela MONEY REPORT.
Conduzida pelo jornalista Jonatan Viale, a entrevista acabou sendo marcada por um momento de desconforto, com a interrupção ocorrendo enquanto Milei tentava justificar o que o levou a promover o ativo digital em suas contas digitrais. A versão editada da entrevista, transmitida pela emissora Todo Noticias, cortou o trecho da conversa em que o assessor sussurra no ouvido do presidente, mas a versão bruta vazou nas redes sociais, gerando ampla repercussão negativa, afinal, um presidente não deveria – e nem ninguém – precisar de ajuda para resolver um problema que criou sozinho.
🚨Escándalo Mundial | Asesores de Milei interrumpen entrevista porque no pudo responder ni las preguntas que le escribió su propia hermana. pic.twitter.com/kEx46WRVfP
— Daniel Quintero 🇨🇴 (@QuinteroCalle) February 18, 2025
O escândalo teve início quando Milei recomendou a compra da criptomoeda em suas redes sociais, em 14 de fevereiro, o que causou uma rápida valorização do ativo. No entanto, após uma retirada em massa de investimentos, o valor da $LIBRA despencou, resultando em perdas para milhares. Milei apagou a postagem rapidamente, tentou se desvincular da promoção, alegando que agiu como cidadão e não como presidente. Uma clara irresponsabilidade diante do cargo que ocupa.
Durante a entrevista, o presidente foi confrontado sobre o fato de que as perguntas haviam sido combinadas previamente com sua equipe. Em um momento crítico, Milei questionou se as questões eram realmente as “combinadas”, enquanto o jornalista confirmava que estavam sendo feitas de acordo com uma pauta pré-estabelecida.
Milei minimizou o impacto do colapso da $LIBRA, afirmando que o caso não passava de um “problema entre privados” e que ele apenas “divulgou” a criptomoeda, sem promovê-la formalmente – seja lá o que isso quer dizer. Ele alegou que, se os investidores perderam dinheiro, era um “problema deles”, comparando a situação com a de quem perde no cassino.
Em resposta, a oposição pede investigações mais profundas e até o impeachment. Milei tenta se defender, dizendo que errou ao não ter filtros mais rigorosos nas suas redes sociais e que continuará a se manifestar como economista. Só faltou combinar com os investidores.