Durante a CEO Conference do BTG Pactual, o ministro defendeu avanços da agenda fiscal e elogiou o Congresso, que “entregou 70%” do que foi proposto
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta terça-feira (25) que a instabilidade econômica dos Estados Unidos prejudica a agenda do governo brasileiro. Durante a CEO Conference 2025 do BTG Pactual, Haddad citou a tensão gerada no ambiente de negócios com o início do governo Donald Trump e criticou as mudanças de rota do Federal Reserve para a taxa de juros nos EUA. “Mesmo com as instabilidades exteriores, temos uma agenda local a cumprir”, afirmou.
No painel “Cenário Econômico 2025”, conduzido pelo CEO da Arko Advice, Murillo de Aragão, o ministro argumentou que a agenda fiscal avançou consideravelmente para elevar as receitas primárias, mas “sem sangrar” os mais pobres. Segundo ele, o Congresso Nacional foi um grande aliado ao entregar 70% da pauta. Para Haddad, os parlamentares que mais criticam a política fiscal são os que tentam fazer lobby.
Questionado sobre os impactos das reformas, regulamentações e medidas provisórias que elevaram as receitas do governo, Haddad atacou a parcela do empresariado que é devedora contumaz de tributos. Segundo ele, para atingir um grau de investimento adequado, é necessário que o governo corrija distorções históricas sem prejudicar os socialmente indefesos, combatendo o que chamou de “patrimonialismo”.
“Não consigo ver crescimento econômico bombardeando o andar de baixo”, defendeu. “Temos condições de melhorar as contas públicas, melhorar ambiente de crédito e a segurança jurídica. Turbulências acontecem, mas o papel dos políticos sérios é colocar a agenda econômica para andar. Quando se olha o filme e não a fotografia, temos uma outra visão sobre o Brasil”, completou o ministro, que descartou uma provável candidatura no pleito de 2026.