Novidade nas eleições deste ano, as pesquisas de intenção de voto encomendadas por instituições financeiras, como BTG e XP, estão sendo acompanhadas de perto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), segundo o jornal Folha de S. Paulo. A instituição vinculada ao Ministério da Fazenda está atenta a possíveis movimentações fora do comum no mercado de ações, em dias anteriores à divulgação dos levantamentos. O temor é de que informações privilegiadas sejam utilizadas para manipular o mercado e garantir lucros para quem tiver acesso às pesquisas em primeira mão.
Especialistas ouvidos por MONEY REPORT consideram que a CVM deve ficar de olho nas movimentações financeiras antes da divulgação de todos os levantamentos, não apenas em relação àqueles encomendados por bancos e corretoras. “O problema é o vazamento de informação, não quem está contratando o instituto para fazer a pesquisa”, afirma o educador financeiro André Bona. “Risco de vazar é o mesmo de um levantamento contratado por um órgão de imprensa, por exemplo”, completa.
Pedro Galdi, analista de investimentos, explica a busca dessas empresas pelas próprias pesquisas, deixando de esperar apenas pelos resultados de institutos tradicionais, como o Datafolha e o Ibope. “Essas pesquisas vão alimentando a montagem de cenários eleitorais, e é em cima disso que o mercado começa a fazer suas apostas”, afirma.